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Sábado, 20 de julho de 2024

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'Dá a sensação de alegria e de dever cumprido', diz vítima de Abdelmassih ao saber da prisão

Um ano depois de abuso, mulher teve trigêmeos com ajuda de ex-estagiário do médico


A prisão do médico Roger Abdelmassih foi recebida com surpresa e emoção por uma das 52 vítimas de abuso sexual durante sessões de tratamento.

Abdelmassih foi capturado na tarde desta terça-feira (19), no Paraguai. O paradeiro do médico foi descoberto após uma investigação de três anos do Domingo Espetacular.

Ivany Serebrenic, de 47 anos, foi abusada ao menos duas vezes em 1999 durante consultas na clínica até então mais conceituada de reprodução assistida do Brasil.

— Eu soube da prisão quando uma outra vítima do Roger me ligou gritando, comemorando. Foi um ataque misto de alegria e realização de dever cumprido. Uma sensação se satisfação, de que a Justiça foi feita. Nós sofremos tanto, não é que agora vai acabar, mas o conforto que a gente está sentindo agora é muito grande.

Ivany conta que aos 34 anos procurou a clínica de Roger Abdelmassih para realizar o sonho de ser mãe e ficou chocada.

— Na primeira vez, eu apenas desconfiei. Ele tentou me beijar antes de me anestesiar, achei que era só comigo. Na segunda vez eu, senti um incômodo e acordei meio zonza, foi quando vi o Roger em cima de mim, sem as calças. Eu comecei a gritar, chamei a enfermeira e ele correu para se esconder. Nessa hora acabou meu sonho de engravidar.

Um ano depois de sofrer abuso, Ivany Serebrenic enfrentou seu trauma e procurou uma pessoa que conheceu na época do abuso, um ex-estagiário de Roger Abdelmassih que não concordava com as atitudes do cirurgião e se demitiu. Anos depois de se formar, o ex-aprendiz abriu uma clínica em Campinas, interior de São Paulo.

— Procurei o rapaz que pediu demissão por achar um absurdo e se sentir enojado das atrocidades do Roger. Em 2000, ele me ajudou a realizar o sonho de ser mãe e tive trigêmeos. Meus filhos estão com 12 anos e posso dizer que hoje sou completa ao lado deles e do meu marido.

As vítimas de Roger Abdelmassih se uniram e criaram grupos em redes sociais para que o caso não fosse esquecido e comemoram a prisão do ex-médico que a violentaram. O médico era o homem mais procurado do Estado de São Paulo, com recompensa de R$ 10 mil para quem ajudasse nas investigações que levassem ao seu paradeiro.
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