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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Bebê com doença rara morre após esperar 30 dias por cirurgia

Bebê com doença rara morre após esperar 30 dias por cirurgia

Ela havia sido transferida para um hospital de Goiânia nesta sexta-feira (19).

Cirurgia não é feita no TO; mãe disse que demora contribuiu para morte.
Após uma espera de um mês por cirurgia, a bebê Ysabella Maria Pinheiro Reis, de quatro meses, morreu na madrugada deste sábado (20). Ela tinha uma doença rara, a cardiopatia congênita, que causa problemas na estrutura e na função do coração. Nesta sexta-feira (19), a criança havia sido transferida para um hospital de Goiânia, já que a cirurgia não é realizada no Tocantins. Mas, de acordo com a mãe, Luciane Reis dos Santos, 22 anos, a bebê teve uma parada cardíaca e não resistiu.

"Eu estava na casa da minha irmã, quando recebi uma ligação às 4h deste sábado informando que a bebê tinha morrido. Ela estava bem, tranquilinha, mas passou mal à noite e teve uma parada cardíaca. Os médicos disseram que ficaram por mais de 1h tentando reanimá-la", lamentou Luciane.



Por causa da demora em conseguir uma cirurgia para a filha, a mãe procurou o Ministério Público Estadual (MPE). O órgão disse que notificou a Sesau por duas vezes para que o Estado transferisse a bebê para  outra cidade.

Após duas decisões judiciais, o Estado conseguiu uma vaga em um hospital de Goiás e a bebê foi transferida por UTI aérea nesta sexta-feira. A mãe disse que estava esperançosa quanto à recuperação da filha, mas que a demora contribuiu para a morte de Ysabella. "Eles ficaram enrolando e quando conseguimos a vaga foi tarde demais. A demora contribuiu e muito para a morte dela. Por causa disso, ela não está mais aqui. Tentamos tanto, mas foi tarde demais".

Luciane disse que a família está providenciando o transporte do corpo da criança para Pequizeiro, cidade a 274 km de Palmas, onde a família mora. O velório deve acontecer ainda neste sábado (20) na casa do pai de Luciane.



A Secretaria de Saúde do Tocantins disse, em nota, que o Estado não dispõe do serviço médico adequado para realizar a cirurgia, mas que "realizou todos os esforços na busca por vaga em hospitais públicos e privados para o tratamento da criança". O órgão ainda lamentou a morte da bebê e acrescentou que no país há "poucos locais que fazem a cirurgia e tratamento nestes casos, poucos profissionais capacitados para tal procedimento e ainda há a necessidade de leitos em UTI".

Entenda
Luciane e o marido souberam do problema da filha em julho deste ano. Na época, ela ficou internada no Hospital Infantil Público de Palmas. No dia 2 de agosto, foi levada para um hospital privado e no dia 28 conseguiu vaga na UTI do Hospital Geral de Palmas. Por causa da demora em conseguir vaga em um hospital em outro estado, a família procurou o Ministério Público Estadual.

O órgão disse que a justiça notificou o Estado por duas vezes. Na primeira, no dia 21 de agosto, o Estado descumpriu a decisão. Na segunda, no dia 15 de setembro, a justiça deu três dias para o Estado se manifestar a respeito do caso sob pena de ser responsabilizado criminalmente. A tranferência só aconteceu nesta sexta-feira.

Na última quarta-feira (17), a Sesau disse, em nota, que a bebê tinha sido cadastrada na Central Nacional de Regulação do Ministério da Saúde, mas que ela ainda não havia sido transferida por falta de vagas em outros hospitais.

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