O número de doadores de órgãos no Brasil aumentou 90% em cinco anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira. Em 2008, eram 1.350 doadores de órgãos no País, e em 2013 essa quantidade subiu para 2.562. Os dados foram apresentados no evento de lançamento da nova campanha publicitária de estímulo à doação de órgãos, em Brasília.

Por a doação de órgão só poder acontecer com a autorização familiar, a campanha tem o slogan ‘’Seja doador de órgãos e avise sua família. Sua família é a sua voz”. A nova campanha é destinada, especialmente, aos familiares de pessoas que manifestaram em vida a vontade de ser um doador de órgãos. Atualmente, 56% das famílias entrevistadas, em situações de morte encefálica, aceitam e autorizam a retirada de órgãos para a doação. O Brasil é o país latino-americano com maior percentual de aceitação familiar para doação, ficando acima da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%).

De acordo com dados do primeiro semestre de 2014, 37.736 pessoas estão na lista de espera por um transplante no País, contra 64.774 em 2008, uma queda de 41,7%. De 2008 a 2013 também houve crescimento do indicador de doador por milhão de habitante, passando de 5,8 para 13,4, representando incremento de 131%. Com esse indicador, o Brasil fica perto de atingir a meta prevista para 2014, que é chegar a 14 doadores por um milhão.

Aplicativo
Para reforçar a campanha, o Ministério da Saúde desenvolveu um aplicativo que fará interface com o Facebook e irá notificar os familiares, automaticamente, no momento em que o cidadão se declarar doador. Com um clique a pessoa pode se declarar doadora de órgãos e deixar toda a família sabendo disso. Além disso, o internauta também poderá adicionar o laço verde – símbolo mundial da doação – à foto de seu perfil na rede social. Para expressar o desejo de ser um doador de órgãos, o usuário precisa acessar a Fanpage do Ministério da Saúde e seguir os passos indicados pelo aplicativo. Com esses dados, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) criará um banco informal de doadores com base nas informações coletadas pela rede social.