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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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'Corri risco de morte', diz dono de carro depredado por motorista no RS

Assustado com a repercussão do caso, o dono do carro depredado com uma barra de ferro durante uma discussão de trânsito em Porto Alegre nega ter ameaçado o motorista de ônibus responsável pelos danos materiais ao veículo, que teve os vidros quebrados e os retrovisores. Babiton Espíndola, de 26 anos, que é gerente de vendas de uma imobiliária da capital, relatou ainda que outros funcionários da empresa pública Carris teriam incitado o motorista a agredi-lo.


A briga, ocorrida na última sexta-feira (19), em um terminal de ônibus na Zona Leste de Porto Alegre, foi registrada em vídeo por um passageiro da linha T8 (veja as imagens acima), da Carris. De acordo com Espíndola, que aparece de gravata nas imagens, antes da discussão, ele havia sido fechado por dois ônibus da empresa na Avenida Bento Gonçalves e decidiu tirar satisfação de um dos condutores no local. 

"Outros funcionários da empresa [de ônibus] gritavam para me matar. Diziam 'bate na cara dele, mata esse vagabundo'. Ninguém separou. Um deles tirou a chave de dentro do meu carro. Me senti acuado, me senti indefeso. Corri risco de morte. Se ele batesse a barra na minha cabeça, ele poderia me matar", disse o gerente de vendas ao G1.

Tanto o jovem de 26 anos quanto o motorista de ônibus registraram queixa na Polícia Civil. Conforme o delegado Ajaribe Rocha, da 15ª Delegacia da capital, o jovem disse que foi agredido com a barra de ferro, enquanto o motorista do ônibus alegou que foi abordado por quatro homens que estariam dentro do carro e que teriam o agredido.

A versão do motorista é negada por Espíndola: “Apenas fui falar com eles, porque isso ocorre com frequência. Tenho motocicleta e se eu estivesse com ela poderia ter sofrido um acidente grave. Meu irmão já foi vitima de um. E fui lá tirar satisfação. Fui até o vidro, discuti verbalmente e voltei para o carro. Quando já me preparava para ir embora, ele tirou uma barra de ferro do ônibus e disse: 'Eu vou te bater porque tu merece'".

O corretor imobiliário ainda diz ter sido agredido fisicamente com pelo menos três golpes desferidos pelo motorista de ônibus com a barra de ferro. O vídeo, no entanto, não mostra a cena das supostas agressões físicas.

Um dos tripulantes do carro e colega de trabalho de Espíndola, Davi Daniel Aguirre, 32 anos, também garantiu não ter ameaçado o motorista de ônibus. Porém, ele reconheceu ter considerado a atitude de estacionar no terminal para discutir errada. "Sou completamente contra isso. Cheguei a orientar ele [Espíndola] a não ir ali. A gente vê tanta gente morrendo no trânsito. Sou bem pacífico. Queria ate separar", afirmou.

A confusão só terminou após a chegada de uma viatura da Brigada Militar. Os dois motoristas foram levados para a delegacia, onde assinaram um termo circunstanciado. Depois, os dois foram encaminhados ao Departamento Médico Legal (DML) para exames.

O G1 procurou o motorista do ônibus, mas não obteve retorno. A Carris, empresa responsável pelos coletivos, informou que o motorista foi afastado da função. Segundo a assessoria da empresa, o funcionário apresentou atestado médico em função das supostas agressões que teria sofrido. A empresa disse ainda que vai aguardar o desfecho do caso na Justiça antes de tomar qualquer medida.
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