Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Mãe de assassino da Baixada diz não ter pena de filho e pede desculpas às vítimas

Mãos no peito, voz sussurrada e calma, a faxineira X., de 46 anos lamentava ontem, encostada no portão da casa de suas duas filhas, as 43 pessoas que seu menino mais velho diz ter matado na Baixada Fluminense. A evangélica diz não saber o que “deu errado” na criação de Sailson José das Graças, de 26 anos, mas tem certeza do que quer: ver o rapaz preso “por muito tempo”:


— Eu tenho que pedir desculpas (às vítimas). Não esperava que ele fizesse uma coisa dessas. Agora, vai ter que pagar pelo que ele fez, por ter feito mal a todo mundo.

Abrigada no bairro de Santa Rita, em Nova Iguaçu — onde está morando desde a confissão do filho — a mãe de Sailson conta que ficou sabendo da prisão do rapaz por vizinhos, há uma semana. Segundo ela, a família já tinha conhecimento dos roubos e furtos que cometia na região. Nunca, entretanto, ouviu dizer que ele estava envolvido em homicídios:

— Eu estava andando na rua e as pessoas me avisaram. Ele não morava comigo, morava de aluguel e eu só sabia dessas coisas de roubo. Mas nada de morte, não.

A mulher explica que, desde o final de 2012 — quando o filho saiu da prisão, depois de cumprir pena por porte ilegal de arma — ela não morava com Sailson. Por causa do temperamento classificado pela mãe como “agitado”, ela diz ter preferido ficar sozinha. Foi nesse período que o jovem teria conhecido Cleusa Balbina de Paula, sua atual companheira, também presa acusada de participação em um dos assassinatos investigados por agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF):




— Morar com ele não dá, não. Ele é muito nervoso dentro de casa. Bate e briga muito com as meninas (irmãs). A mim, só agride verbalmente. Aí ,eu não quis que ele morasse comigo. E também porque ele ficava saindo, indo para baile e chegava muito tarde em casa.




A mãe conta ainda que viu o rapaz pela última vez na semana anterior a morte de Fátima Miranda. Fazendo o percurso até a Assembleia de Deus, que frequenta pelo menos duas vezes por semana, X. esbarrou com Sailson. Os dois se cumprimentaram e seguiram o caminho. Era a última vez que ela o encontrava, antes de vê-lo pela televisão, preso.

Entrevista com X., mãe de Sailson José das Graças

Como a senhora recebeu a noticia da prisão do Sailson?

Fiquei surpresa. Não esperava que ele tivesse matado alguém.

Como é o comportamento do Sailson?

Ele sempre foi calado, mas muito agitado, complicado. Brigava muito com as irmãs, batia muito nelas, demais.

O que influenciou o comportamento dele?

Não sei. Sinceramente, não sei o que aconteceu com ele porque criei os três (filhos) da mesma maneira. Estudaram no mesmo colégio, com os mesmos amigos.

Mas houve algum fato que fez ele mudar os hábitos?

Acho que foi o baile funk. Porque ele saiu da igreja e começou a ir para os bailes, com uns 16 anos. Deve ter sido isso.

A senhora acredita que ele matou 43 pessoas?

Não sei. É difícil dizer porque ele não vivia comigo.

Qual foi a sua reação?

Fiquei muito nervosa. Minha filha teve que fazer um suco para mim.

A senhora vai visitar o Sailson na prisão?

Não vou não.

O que a senhora espera que aconteça com ele?

Eu quero que ele fique muito tempo preso para pagar pelo que fez. Não sinto pena de jeito nenhum. Deus me livre. Não dá pra sentir pena de uma pessoa assim não.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet