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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Acusados da morte de Santiago recebem tornozeleiras eletrônicas

Caio Silva e Fábio Raposo, acusados de atirar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade em fevereiro de 2014, receberam as tornozeleiras eletrônicas na manhã desta segunda-feira (23). A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou a informação ao G1 e afirmou que eles já estavam sendo monitorados às 11h15.


O desembargador Gilmar Augusto Teixeira determinou, na noite de sexta-feira, prazo de 24 horas para que a dupla fosse levada para instalação dos equipamentos. Em seu despacho, o magistrado destacou que os defensores dos réus deveriam ser comunicados sobre a determinação por meio de contato telefônico.

Os acusados poderiam ter sido soltos na quinta-feira (19). Porém, a liberdade deles estava condicionada ao uso de tornozeleiras, mas o equipamento não era fornecido ao estado há quatro meses. Segundo a Seap, o estado estava sem verba para pagar aos fornecedores pelos dispositivos.

Caio Silva de Souza e Fábio Raposo não responderão mais por homicídio qualificado, segundo a decisão anunciada por desembargadores em sessão realizada nesta quarta-feira (18). O Ministério Público afirmou que vai recorrer da decisão da Justiça.

Os ativistas respondiam por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, com uso de explosivo e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Depois da decisão, eles podem ser condenados, no máximo, por explosão seguida de morte. A pena, que variava de 12 a 30 anos, agora vai de dois a oito anos.

Entre as medidas cautelares impostas na decisão, ficou determinado o comparecimento periódico ao juízo; a proibição de acesso ou frequência a reuniões, manifestações, grupos constituídos ou não, bem como locais de aglomeração de pessoas de cunho político ou ideológico; proibição de manter contato com qualquer integrante do denominado "black blocs"; proibição de ausentar-se da comarca da capital; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, principalmente nos fins de semana e monitoramento eletrônico.

Repercussão
A filha de Santiago Andrade, manifestou sua indignação, por meio de seu perfil no Facebook, após a decisão da Justiça. Ela contou se sentir humilhada pela sensação de "não poder fazer nada".

"Sou mais uma parcela da sociedade que passa a conviver com assassinos de um homem íntegro e justo em liberdade. É difícil, é doloroso, depois de um ano sem Santiago, a sensação de não poder fazer nada me corrói, me humilha. E lamento. Lamento não ser como os defensores, que perdoam dois assassinos, que transformaram em noites os dias de uma família com um simples voto. Se Caio e Fábio estão livres, lamento mais ainda desapontá-los, mas a minha batalha continua, até a última instância, estou preparada", disse Vanessa.

A viúva de Santiago Andrade, Arlita Andrade, disse que está indignada. “Eu realmente estou muito magoada, eu espero que o mundo todo também se revolte, porque eu estou revoltada. Que Justiça é essa?”, questionou.
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