Vítima da obesidade, o jovem Matheus Henrique de Almeida, de 15 anos e 150 quilos, afirma que sofre com brincadeiras na escola em que estuda, em Avaré (SP), e que “desconta toda a raiva na própria comida”. De acordo com a nutricionista Viviane Alarcão Veiga Benini, é necessário que a família use diferentes tipos de comida e readeque a alimentação para evitar ou diminuir o problema na infância. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que um a cada cinco adolescentes, entre 10 e 19 anos, está acima do peso.

Segundo a mãe Andrea Aparecida da Silva, o menino já pesava 15 quilos aos nove meses e 24 quilos aos dois anos de idade. “Nós achamos que conforme ele fosse crescendo, iria emagrecer, mas não foi o que aconteceu e, cada vez mais, ele está engordando.” O garoto já sofre de obesidade mórbida, de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC).

Ainda segundo a manicure, o rapaz tem problemas para fazer exercícios, pois não consegue participar de esportes. Ele ainda tem problemas de aprendizado e a única distração é no videogame. "Ele desiste muito facilmente, o que atrapalha o tratamento", conta Andrea. Ela diz que ele já tentou fazer vários regimes, mas não emagrece. "Eu não consigo comer pouco", diz o jovem.

Números da obesidade
A OMS afirma ainda que o índice entre crianças até cinco anos é mais grave, já que uma a cada três crianças apresenta excesso de peso.

No Brasil, o último levantamento do Ministério da Saúde, em 2013, revelou que a obesidade infantil aumentou em relação ao ano anterior em todas as faixas etárias. Conforme informações da pesquisa, crianças de cinco a nove anos são as que mais sofrem de sobrepeso, somando 14,57% do total.

Em Itapetininga (SP), o último cálculo feito em 2012 mostrou que 15% das crianças e dos adolescentes sofrem de sobrepeso. Em Avaré, o número é de 8,6%, segundo uma pesquisa do Programa Saúde na Escola, realizada no ano passado.