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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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'Muita gente na rua', diz brasileiro que ajuda vítimas de terremoto no Nepal

Foto: (Foto: Prakash Mathema/AFP/Ganesh Paudel/CC)

Fotos mostram Praça Durbar, em Katmandu, antes e depois do terremoto de 25 de abril: atração é considerada patrimônio mundial pela Unesco

Fotos mostram Praça Durbar, em Katmandu, antes e depois do terremoto de 25 de abril: atração é considerada patrimônio mundial pela Unesco

Um mês depois do devastador terremoto que destruiu parte do país, a situação no Nepalestá começando a se acalmar, mas muita gente ainda está desabrigada dormindo em barracas de lona nas ruas da capital Katmandu e em vilas remotas, conta ao G1 o carioca Filipe Bittencourt, de 25 anos, que está no país desde fevereiro.


No dia 25 de abril o país foi atingido por um forte terremoto que deixou mais de 8 mil mortos e 10 mil feridos. No total, 8 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor mais letal do país, que menos de 20 dias depois foi seguido de outro forte terremoto que matou dezenas de pessoas.

Filipe está no país com mais cinco brasileiros para ajudar com trabalhos voluntários organizados por uma ONG missionária cristã, entre eles o resgate de crianças da prostituição infantil.

Depois dos dois terremotos, o grupo passou a se mobilizar também para ajudar os desabrigados. Eles conseguiram arrecadar dinheiro suficiente para comprar quase 8 toneladas de alimentos, que estão distribuindo em vilas ao redor do vale de Katmandu, que segundo ele estão completamente destruídas.

“Nas vilas o pessoal está passando fome mesmo, tá totalmente desabrigado. A gente está indo em todas as vilas, começando mais perto com as pessoas que a gente já conhece. E vamos expandir para mais longe, a outras vilas destruídas, lugares que a gente ainda não foi.”

A ajuda do grupo é motivo de felicidade para os moradores das vilas, abrigados em barracas improvisadas, mas também chegou a causar desespero em alguns deles. “Teve uma situação com a nossa equipe que rolou uma briga, porque a galera começou a se empurrar. Todo mundo queria pegar alimento, pegar lona, porque realmente havia uma necessidade. E quando a gente foi da última vez, não tinha pra todo mundo, porque a gente não conseguiu levar”, diz Filipe.

Desabrigados
O carioca conta que a situação nas ruas de Katmandu está mais calma, mas ainda há muitos desabrigados acampados nas áreas de plantação. “Tem muita gente com medo de voltar pra casa, principalmente porque teve o segundo terremoto e o pessoal ficou muito assustado. Então a gente ainda vê muita gente na rua”, diz.
O abastecimento de água e energia, assim como os mercados, funcionam normalmente, conta Filipe. No entanto, não foi possível comprar alimentos em grande quantidade no país. Os que Filipe e os outros brasileiros estão distribuindo foram comprados na Índia, com a ajuda da ONG que organiza os projetos de trabalho voluntário.

Turistas
Apesar de muitos locais turísticos terem sido destruídos nos terremotos, o movimento de turistas não parece ter caído drasticamente, conta o brasileiro. Mais de 600 templos, estátuas e museus foram danificados no primeiro terremoto em todo o país, que tem o turismo como uma das principais atividades.
“Nos dias de terremoto a gente viu muita gente indo embora. Mas a gente ainda vê muitos turistas nas ruas. Eu acho que o movimento turístico, principalmente por causa do Himalaia e do Everest está supernormal”, diz.

A possível queda no turismo preocupa o governo do país. O centro de serviço turístico do país, uma parceria entre o governo e a indústria, faz um apelo aos turistas e empresas de todo o mundo para que continuem com seus planos ou intenções de visitar o país.

"O turismo é a única maneira do processo de reconstrução que colocará de volta o sorriso mundialmente famoso nos rostos dos nepaleses", diz nota da organização. "Estamos ansiosos para receber hóspedes de todo o mundo em nosso país mágico de grande beleza e rica diversidade cultural".
 
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