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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Menina vítima de intolerância religiosa diz que vai ser difícil esquecer pedrada

A marca da violência está na cabeça da menina de 11 anos agredida na cabeça no Subúrbio do Rio por causa de intolerância religiosa, mas a cicatriz maior não é essa. “Achei que ia morrer. Eu sei que vai ser difícil. Toda vez que eu fecho o olho eu vejo tudo de novo. Isso vai ser difícil de tirar da memória”, afirmou Kailane Campos, que é candomblecista e foi apedrejada na saída de um culto. A declaração aconteceu em entrevista ao RJTV desta terça-feira (16).

A menor foi agredida no último domingo (14) e, segundo a avó, que é mãe de santo, todos estavam vestidos de branco, porque tinham acabado de sair do culto. Eles caminhavam pra casa, na Vila da Penha, quando dois homens começaram a insultar o grupo. Um deles jogou uma pedra, que bateu num poste e depois atingiu a menina.

“O que chamou a atenção foi que eles começaram a levantar a bíblia e chamar todo mundo de ‘diabo’, ‘vai para o inferno’, ‘Jesus está voltando’, afirmou a avó da menina Káthia Marinho.

Na delegacia, o caso foi registrado como preconceito de raça, cor, etnia ou religião e também como lesão corporal, provocada por pedrada. Os agressores fugiram num ônibus que passava pela Avenida Meriti, no mesmo bairro. A polícia, agora, busca imagens das câmeras de segurança desse ônibus na tentativa de identificar os dois homens.

A Avó da criança lançou uma campanha na internet e tirou fotos segurando um cartaz com as frases: “Eu visto branco, branco da paz. Sou do candomblé, e você?”. A campanha recebeu o apoio de amigos e pessoas que defendem a liberdade religiosa. Uma delas escreveu: “Mãe Kátia, estamos juntos nessa”.

Iniciada no candomblé há mais de trinta anos, a avó da garota diz que nunca passado por uma situação como essa.
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