Poucas semanas antes de ser encontrado morto dentro do Centro Espírita Lar Frei Luiz, na Taquara, o médium Gilberto Arruda, de 74 anos, afirmou a funcionários do local que havia recebido uma carta com ameaças de uma mulher. Esse relato foi contado, ontem, por pessoas que trabalham no centro a agentes da Divisão de Homicídios (DH), que investigam o crime. A carta, entretanto, não foi encontrada no local pelos policiais. Ontem, cerca de 600 pessoas foram ao Lar Frei Luiz para o enterro do médium.

Uma das linhas de investigação da especializada é a de crime passional. Ontem, o EXTRA revelou, com exclusividade, que o médium procurou a Polícia Civil para registrar que, após o fim de um relacionamento com Maria de Fátima de Castro Rodrigues, a mulher passou a insultar não só ele, como também uma ex-funcionária sua, Luciana Tavares Pacheco Lacombe. O médium afirmou, em depoimento, que “vive com medo do que Maria de Fátima possa fazer”. As duas mulheres serão chamadas para prestarem depoimentos na DH. Maria de Fátima responde até hoje, na Justiça, pela ameaça.

— Ainda não sabemos se essa carta existe de fato. O que temos é a versão dos funcionários. Mas não descartamos nenhuma hipótese. Por isso, as duas pessoas mencionadas nesse registro de ocorrência serão ouvidas na semana que vem — afirma o delegado Rodrigo Brand, um dos responsáveis pelo caso.

A DH já teve acesso a imagens da única câmera de segurança do centro espírita. O material está sendo analisados pelos agentes da especializada, que ainda não sabem precisar o horário certo da morte do médium. Gilberto foi encontrado morto por sua mulher na casa onde moravam na manhã de sexta-feira. Ele estava sentado numa cadeira com as mãos amarradas para trás e com sangue no rosto.

Todas as pessoas que entraram e saíram do local na madrugada de quinta-feira prestarão depoimento. A especializada também investiga se o assassino entrou no local por uma mata atrás da casa.