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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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"Eu a amava", diz jovem que jogou óleo quente no rosto da amiga

Em depoimento exclusivo ao R7, Vastiane Karolayne Alves, de 23 anos, suspeita de jogar óleo quente em Aline Christiane dos Reis, afirmou que "amava" a vítima, sua amiga de infância: "Ninguém pode me julgar. Só eu sei o que passei. Eu a amava e não queria ter feito isso, porém nos duas erramos".


Na carta enviada à reportagem, Vasti, como é conhecida, diz que se arrepende de ter tentado fazer justiça com as próprias mãos: "Estou muito arrependida de tudo o que eu fiz. Estou longe da minha filha, da minha família. Apesar de tudo o que ela me fez, eu a perdoo e espero que ela possa me perdoar também".

Vastiane responderá por tentativa de homicídio. A jovem teve a prisão temporária de 30 dias prorrogada para que, de acordo com seu advogado, Airton Sinto, a Justiça receba todos os laudos das lesões sofridas por Aline.

Aline teve alta da Santa Casa de Santos na última quarta-feira (17), após passar 40 dias internada. Na saída, a vítima afirmou que vai repensar as amizades.

O advogado de Vastiane, Airton Sinto, afirma que não concorda com a acusação de tentativa de homicídio, porque a intenção de Vasti não era de matar Aline. 

— O advogado criminal, ao atuar, não defende o criminoso ou concorda com a prática delituosa, o advogado trabalha para que a lei penal seja aplicada com justiça, observadas as circunstâncias do fato. É claro que o ato praticado pela Vasti é reprovável e merece resposta do poder judiciário, mas dentro da realidade dos fatos e da aplicação correta da lei. Não entendo que Vasti tentou matar a vítima, então ela deverá responder por lesão corporal, talvez até gravíssima, se for assim decidido.

A versão dos depoimentos das amigas é divergente em diversos momentos. Porém, as duas afirmam que tudo começou por causa de um celular.

Em depoimento dado à polícia, Aline afirma que Vastiane roubou o celular de um conhecido e que, depois, teria pegado o aparelho e ficado com ele, mas o celular teria parado de funcionar após ficar na chuva.

Mesmo assim, Vasti queria o aparelho, mesmo o dono não o querendo mais.

Aline conta que começaram uma discussão por causa do celular e que Vasti teria jogado água quente nela e dado uma vassourada em suas pernas.

Em uma sexta-feira, Aline teria ido novamente à casa de Vasti, mas para conversar com a irmã da suspeita. Foi quando, segundo Aline, Vastiane começou a discutir com ela e entrou na casa, saindo, minutos depois, com uma panela na mão com um "líquido quente" e teria jogado em seu rosto, atingindo também os ombros e as pernas.

Aline contou que só descobriu no hospital que Vastiane tinha jogado óleo quente em seu rosto.

Já a versão de Vastiane afirma que Aline tinha o histórico de roubo em sua casa. Certa vez, de acordo com Vasti, Aline teria roubado uma corrente, mas ela teria "deixado passar a história". Porém, a suspeita conta que Aline roubou um aparelho celular que teria sido presente de um amigo.

A suspeita afirma que conversou com Aline e ela teria assumido que pegou o aparelho, então, juntas, foram até a casa da vítima para pegar o celular, porém o celular não estava lá e Aline teria dito que havia entregue o aparelho para a irmã de Vasti. Foi então que Vastiane afirma ter jogado água morna na vítima e que a ameaçou com uma vassoura.

Segundo Vastiane, a vítima teria tentado "incriminá-la", dizendo que ela estava entregando traficantes da região para policiais por meio de um aplicativo de celular.

Ao ir tirar satisfação com Aline, Vastiane disse que a vítima tentou intimidá-la com uma faca. Mesmo assim, ela disse que não desistiria de receber o pagamento do celular. Vasti conta que Aline continuou indo à sua casa e ela sentia receio porque a vítima já teria passagem na polícia por tentativa de homicídio.

Um dia, Aline estava na porta da sua casa e Vastiane teria pedido para ela ir embora, então ela teria se negado a sair do lugar e também dizia que não pagaria pelo celular.

Foi então que Vastiane disse ter visto Aline puxar "uma coisa" da cintura de cor branca, que achou que seria uma faca, então foi quando jogou a panela com óleo quente que estava na sua mão.

O líquido quente atingiu a filha de Vastiane e o sobrinho dela.

Vastiane conta que correu com medo e não chegou a ver que tinha atingindo seus familiares.


Apesar das desculpas feitas na carta à reportagem e também em um vídeo, no dia da prisão, Vastiane ironizou o caso e fez pose na viatura

Leia a carta enviada ao R7 na íntegra:

"Bom gente. Eu queria que vocês soubessem tudo o que eu estou passando aqui. Não está fácil. Estou presa há 31 dias. Estou muito arrependida de tudo o que eu fiz. Estou longe da minha filha, da minha família. Apesar de tudo o que ela me fez, eu a perdoo e espero que ela possa me perdoar também. Se ela não tivesse continuado vindo a aqui em casa armada e quisesse me ver morta, eu já tinha perdoado os seus roubos e nada disso estaria acontecendo. Apenas me defendi.

Me arrependo de ter feito justiça com as próprias mãos, ninguém deve fazer isso, mas ninguém pode me julgar. Só eu sei o que eu passei pra não fazer nada e que eu a amava e não queria ter feito isso, porém nós duas erramos. E só Deus pode nos julgar.

De todo o meu coração quero que saiba que todos os dias estou orando para sair daqui e para que você saia do hospital e se recupere logo.

Quando as crianças, tenho minha consciência tranquila. Nunca faria nada para machucá-los. O que importa é Deus saber disso. Nós, seres humanos, somos todos falho e errar faz parte da vida.

Estou morrendo de saudades da minha filha. Mesmo sabendo que você disse que me perdoa, mas é eu no meu canto e você no seu, porque você sabe que errou também, mas pode contar comigo para o que der e vier."
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