A Prefeitura de São Paulo suspendeu, na última terça-feira (23), a decisão de extinguir o comércio ambulante no Centro, na região da subprefeituras da Sé e da Mooca, segundo portaria publicada no Diário Oficial da cidade. Cerca de 700 ambulantes trabalham na região.

De acordo com a portaria, a Prefeitura decidiu estudar propostas alternativas para tentar conciliar os objetivos da administração e os interesses dos comerciantes ambulantes.

Em 10 de junho, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras havia dado o prazo de um mês para que os comerciantes com licença deixassem seus pontos de venda. Como alternativa, pedia que os ambulantes se cadastrassem para 1,2 mil vagas criadas para a Feirinha da Madrugada, centro comercial que fica no Brás.

Feira da Madrugada
Segundo o decreto publicado no início de junho, a retirada do comércio ambulante tinha como objetivo "viabilizar as intervenções viárias, facilitar a locomoção de pessoas e viabilizar a fiscalização do comércio irregular".

Os ambulantes que deixassem o Centro teriam preferência para ocupar as 1,2 mil vagas recém-abertas na Feirinha da Madrugada. Mas parte dos comerciantes não tinha interesse em trabalhar no local.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Permissionários, Alcides Oliveira Franca, o foco desses comerciantes são as mercadorias de varejo. Já na feira, vende-se no atacado. “Você tem que ser um grande comerciante lá dentro para conseguir sobreviver”, disse.

O secretário de Coordenação das Subprefeituras, Ricardo Teixeira, disse no dia 11 deste mês que a mudança traria vantagens para os trabalhadores. “Eles estão indo trabalhar dentro de um shopping center popular, fechado, com segurança, estacionamento na porta. Não tem como falar que alguém está perdendo”, acredita.