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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Brasil pede informação sobre sangue que pode ser de desaparecido no Peru

Foto: Facebook/Reprodução

Brasil pede informação sobre sangue que pode ser de desaparecido no Peru
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta sexta-feira (25) que a Embaixada do Brasil no Peru está em contato com autoridades peruanas para obter informações sobre a análise das amostras de sangue que podem ser do estudante brasiliense Artur Paschoali. O jovem despareceu no país vizinho em dezembro de 2012.


A intervenção do Itamaraty foi feita após apelo feito pela família do jovem durante reunião nesta quinta-feira. O material foi coletado pela polícia peruana na casa do ex-patrão do jovem, em Santa Teresa, em Cusco, após investigação dos pais. Moradores do vilarejo relataram à família terem ouvido pedidos de socorro vindo de dentro do casebre onde o jovem ficou hospedado, que pertencia ao antigo empregador dele.

Os pais de Artur acreditam que o sangue pode ser do filho e pedem agilidade na análise da amostra, que pode se deteriorar nas próximas semanas. A amostra precisava ser levada a um laboratório forense em Lima para ser comparada com o DNA do pai de Artur, mas até a última sexta-feira (18), a família havia sido informada pelo advogado contratado no país que o material ainda não havia sido submetido à análise.

"Segundo informações que temos, uma vez que o material é exposto a essa substância [luminol], em 60 dias já começa o processo de degradação. É uma notícia que recebemos com muita tristeza", afirmou o pai, Wanderlan Paschoali. "Estou lutando contra o tempo. Jogaram luminol em tudo, todo o sangue vai degradar, não só o que foi coletado."

Os pais do estudante de artes cênicas da Universidade de Brasília procuram pelo jovem desde o desaparecimento dele, em dezembro de 2012. A família afirma ter gastado mais de R$ 230 mil na busca pelo jovem durante pouco mais de dois anos e meio. O pai diz que percorreu todas as regiões do país vizinho e chegou até a procurar o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso para obter possíveis informações sobre a paradeiro do filho, que à época do sumiço tinha 19 anos.

Procura
Para levantar o dinheiro usado nas buscas, a família organizou rifas, vendeu uma empresa, recebeu doações e tomou empréstimos em bancos. A quantia foi usada para pagar detetives, guias, advogados, passagens e hospedagem nos períodos em que o pai passou no Peru.

"Vendemos a lanchonete e conseguimos R$ 18 mil. Com a rifa, conseguimos R$ 23 mil e com a tarde de tortas, R$ 53 mil", diz a mãe, Susana Paschoali, de 53 anos. "Também contamos com a doação dos nossos amigos desde o primeiro dia que chegamos lá."

Artur viajou com um grupo de amigos para percorrer a América Latina e decidiu se separar dos colegas quando chegou ao vilarejo de Santa Teresa, que fica encravado em uma montanha ao lado de Águas Calientes, ponto turístico que leva a Machu Picchu.

Buscas
Wanderlan diz que R$ 100 mil foram gastos só com buscas em terra. "Montamos várias equipes de buscas, que foram por todas as montanhas do Peru, lugares muito inóspitos. Uma vez que não encontramos nenhum rastro, nenhuma pista, começamos a buscar por todo o país, a espalhar fotografias", afirma.

"Estive no norte, sul, leste, oeste, na selva. Estive no deserto de Nazca, estive na costa peruana, estivemos também com um guia profissional na selva amazônica, em inúmeras tribos índigenas, em várias montanhas, em cidades, em zonas de forte influência do Sendero Luminoso, algo realmente muito perigoso. Tivemos que despender uma quantidade muito grande de recursos financeiros."

O pai diz que, esgotadas as buscas, escutou relatos preocupantes. "Acreditávamos que ele estava perdido, e não que havia se passado um crime", diz. "Descobri que é comum que eles vendam pessoas no Peru, quando têm dívidas com o Sendero Luminoso ou com o narcotráfico, e fui em busca desse grupo para tentar algum contato, tentar saber se tinha alguma informação."
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