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Quinta-feira, 15 de agosto de 2024

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Muçulmanos brasileiros sofrem com aumento de casos de intolerância

Depois dos atentados em Paris no último dia 13, muçulmanos são vítimas de atos de preconceito por todo mundo. O Jornal Nacional foi atrás de brasileiros praticantes da religião para saber se, também no país, eles enfrentam situações de repúdio.  


O bairro do Pari, em São Paulo, apresenta uma grande quantidade de muçulmanos e, em uma das comunidades visitadas pela reportagem, um líder explica que a reiderança religiosa repudia fortemente o radicalismo, os atos terroristas, que são considerados uma distorção da fé islâmica. 

O sheik Rodrigo Rodrigues explica que a própria palavra "islâmico" é usada indevidamente pelos terroristas e confunde a população, sendo parte do motivo que os praticantes da religião sofrem preconceito: “Além da distorção existe uma apropriação. Eles se apropriaram da palavra ‘islâmico’, esse estado que, entre parêntesis, que não é nem estado. E as atitudes não são nem islâmicas. Então se apropriaram no nome ‘islâmico’ para justificarem as suas atitudes que são contrárias à religião islâmica e qualquer religião”. 

“As pessoas duvidam da gente, perseguem a gente, entra no supermercado, entra no shopping, as pessoas acham: ‘Ah, você é do Estado Islâmico, vocês apoiam isso’. Pelo contrário, nós somos contrários”, disse ele. 

A reportagem constatou que, no Brasil, são as mulheres as vítimas mais frequentes. Elas relataram, nas redes sociais, agressões sofridas pelo fato de usarem véus da tradição muçulmana. Uma delas, por exemplo, foi atingida por uma pedra. “Isso não é aceitável, a religião muçulmana é religião da paz, a religião da irmandade entre toda humanidade”, desabafou o sheik do Centro Cultural Islâmico de Foz do Iguaçu Abdo Nasser El Khatib. 

Uma mesquita de Curitiba recebeu uma muçulmana vítima de agressão física nesta segunda-feira (23). “Um senhor, acho que estava com a sua neta, uma criança. E esse senhor passou por mim, olhou, voltou e pegou a pedra e tacou na minha perna”, disse a vítima, a dona de casa Luciana Shmitt Velloso. 

“Eu vou ter que tirar o meu véu pra poder andar na rua? A gente não pode mais sair com nossos filhos na rua porque a gente tem medo de ser agredida. O meu filho de 9 anos não vai pra escola porque ele está com medo, as pessoas falam pra ele que a mãe dele é mulher bomba. Então até quando vai respingar em nós, muçulmanos de verdade, isso?”, questionou outra vítima de agressão em Curitiba, Paula Zahra. 
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