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Domingo, 02 de junho de 2024

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Cicatriz da crise engole metade do potencial de crescimento do Brasil

Quando o Brasil deixar para trás a maior recessãoda sua história e voltar a crescer, a realidade será bem diferente daquelas taxas de 4,4% ao ano vista entre 2004 e 2011. A cicatriz da crise, que pode corroer a economia até o final de 2017, será tão grande que levará o país a um ritmo de crescimento arrastado como o vivido entre os anos de 1981 a 2003, calcula a equipe de economistas do Credit Suisse em um relatório.


“De fato, quando o Brasil sair da recessão (a última vez que a economia sofreu dois anos consecutivos de crescimento negativo foi em 1930-1931), a nossa equipe de economistas estima que a taxa de crescimento potencial irá ficar entre apenas 1,5% e 2%”, ressalta o banco, que espera uma queda de 4,2% do PIBem 2016 e uma recuperação para -1% em 2017. Em 2015, a economia retrocedeu 3,8%.

Mercado de trabalho

Os economistas explicam ainda que há graves preocupações estruturais com o potencial de médio prazo para as perspectivas de crescimento. O Credit Suisse nota que dois terços dos 45 pontos percentuais dos ganhos acumulados do PIB nos últimos 13 anos – desde que o ex-presidente Lulavenceu as eleições em 2002 – são atribuídos ao aumento da população economicamente ativa e apenas um terço é resultado de ganhos de produtividade.

“A sustentabilidade desse modelo de crescimento da força de trabalho está sendo corroída pelo envelhecimento da população”, alerta o banco. Os economistas citam projeções da ONUque mostram a taxa de crescimento da população economicamente ativa caindo significativamente nos próximos cinco anos e, como proporção da população total, após 2020.

Como resultado disso, segundo as estimativas do Credit Suisse, a contribuição de fatores demográficos para o crescimento do PIB irá reduzir à metade (para 1,4 ponto percentual) a partir de 2016. 

As saídas

Com este cenário, os economistas apostam que as reformas – apesar de complicadas no ambiente político atual - são críticas para a trajetória de crescimento do Brasil, ainda mais atendendo os dois principais gargalos da economia. 

O relatório ressalta dois principais caminhos: o primeiro é a o aumento da flexibilidade domercado de trabalho como uma medida para aumentar a produtividade, e por conseguinte, a competitividade e, segundo, a remoção da indexação dos salários do setor público à inflaçãoe de outros preços administrados (um legado para se proteger da hiperinflação) que poderiam reduzir estruturalmente a inflação, as taxas dos títulos e, portanto, o custo de capital das empresas, e impulsionar a criação de valor dos ativos.
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