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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Não é elite. Não são coxinhas. As ruas é que querem tirar Dilma

Domingo, 13 de março de 2016. Um dia que entra para a História por ter a maior manifestação política do País.


Foram cerca de 3,5 milhões de pessoas, de acordo com a Polícia Militar, nas mais de 200 cidades brasileiras onde os atos contra o PT e o governo Dilma Rousseff foram levados a cabo.

(Nos cálculos dos organizadores, foram 6,4 milhões de manifestantes.)

Só na capital paulista, foram 1,4 milhão. Um protesto maior que a Diretas Já, de acordo com o Datafolha.

As ruas ecoam: estão fartas de corrupção e aplaudem a Operação Lava Jato, que desvendou esquema de desvios bilionários da Petrobras direto para os cofres de políticos e de partidos.

O juiz Sérgio Moro, responsável pela prisão e condenação de empreiteiros, grandes empresários e políticos, é enaltecido pelas multidões.

O Morobloco, trocadilho com Monobloco, vibra os outrora céticos, agora crédulos no fim da impunidade dos poderosos.

Além de Dilma, o PT, um dos partidos no olho do furacão da Lava Jato, e sua maior estrela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são os principais alvos das críticas e das demonstrações de repúdio.

A resposta de Lula à condução coercitiva à Polícia Federal, ao instar a militância petista a defendê-lo, inflamou ainda mais os descontentes, que querem bater na cabeça da jararaca.

Esse enorme contingente de pessoas, não só nas grandes capitais, mas no interior, no Norte, no Nordeste, denota o clima generalizado de insatisfação popular.

O esgotamento com os esquemas dos políticos não poupa ninguém, a ponto de nomes emblemáticos da oposição serem rejeitados. Não à toa os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin foram hostilizados em São Paulo.

Eduardo Cunha, o presidente da Câmara que mentiu sobre suas contas na Suíça investigadas como destinatário de propina, também foi rechaçado.

Essa mobilização não é só da elite, dos coxinhas ou dos ricos que detestam os pobres -- eterna linha discursiva e já desgastada de Lula e do PT.

O movimento é das ruas. Com trabalhadores afetados pela inflação e os juros elevados. Com a massa cada vez maior de desempregados, fruto da maior recessão do Brasil em 25 anos. Com os empresários, os pequenos, os micros e os médios, que veem um cenário nacional desfavorável, nada propício para investir e para crescer.

Não há sinais de melhoras a curto prazo, com a política econômica cheia de vaivéns de Dilma e sua inabilidade política para aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional.

Essa é a realidade daqueles que foram às ruas neste domingo e que, por isso, englobam, todas as classes sociais, naturalidades e faixas etárias.

O efeito político desse aglomeração de vaias e palavras de ordem contra pixulecos é o enfraquecimento do cada vez mais claudicante governo Dilma.

Golpeada de todos os lados, inclusive do seu maior (ex-)aliado, PMDB, a presidente entende que o 13 de Março é a cereja do bolo.

Quando confrontado com o 13 de Junho de 2013, enquanto as Jornadas de Junho sacudiam o País, o Palácio do Planalto anunciou uma série de pactos, que incluía a responsabilidade fiscal, a reforma política, a contratação de mais médicos e a melhoria da educação e do transporte público.

Quem ajudou Dilma a compor aquele pacote, que aplacou os ânimos à época, foi seu marqueteiro, João Santana, hoje preso pela Lava Jato. Com a assistência, claro, de Lula, hoje investigado pela PF, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de São Paulo.

Agora a presidente está isolada, sem ter cumprido boa parte dos pactos de três anos atrás e, inclusive, sob escrutínio do Parlamento pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Sem ter o que oferecer às ruas, Dilma vê o pesadelo do impeachment se materializar.

Caberá à presidente traçar uma derradeira estratégia de sobrevivência, com o pouco suporte político e popular que possui.

Ou enfim resignar-se.
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