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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Brasil

MST acampa em Brasília para cobrar compromissos assumidos por Lula em 2005

A coordenadora do MST Marina dos Santos durante manifestação pela reforma agrária. Cerca de três mil trabalhadores estão acampados no Estádio Mané Garrincha. A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária

Brasília - Mais de 3 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a outros grupos filiados à Via Campesina ficarão, a partir de hoje (10), acampados em Brasília para cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva os compromissos que assumiu em 2005, quando recebeu integrantes da MST que haviam marchado de Goiânia até a capital federal.

Os militantes deverão ficar acampados até o dia 19.

A principal reivindicação do MST é a atualização dos índices de produtividade da terra, que servem de parâmetro para classificar as propriedades rurais improdutivas.

“Há muito tempo esses índices estão defasados”, afirma a integrante da Coordenação Nacional do MST Marina dos Santos. Marina lembra que o índices foram criados em 1975 e servem para vistoriar terras improdutivas que podem ser usadas para reforma agrária. Segundo ela, em 2005, o presidente Lula garantiu aos sem-terra que os índices seriam revistos, mas até hoje nada foi feito nesse sentido.

“Não se trata de um rompimento com o o governo federal, mas de dar oportunidade, tanto a ele [governo federal] como aos governos estaduais, de resolver os problemas agrários do país”, completou José Batista Oliveira, da Coordenação Nacional do movimento.

O MST quer, também, o assento imediato de 90 mil famílias acampadas no país, e que o Ministério do Planejamento descontingencie, ainda este ano, os R$ 800 milhões retidos do orçamento destinado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para aplicá-los na desapropriação e obtenção de terras destinadas à reforma agrária.
“Pelo que se sabe, o Incra não tem dinheiro para nada. Como é que se pode pensar em reforma agrária vivendo uma situação como essa?”, questiona Oliveira.

Estão previstas para esta semana marchas de trabalhadores rurais rumo às capitais de Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Roraima e Pará. A expectativa é a de que até o final de semana trabalhadores de 24 estados já estejam mobilizados.
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