Um médico foi preso em flagrante durante operação da Polícia Civil que fechou duas clínicas clandestinas de aborto em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na manhã desta quinta-feira (13).
Pelo menos 10 pessoas também foram detidas, entre funcionários e pacientes, pelas equipes da Delegacia de Homicídios (DH). A polícia realizou a ação após meses de investigações a partir de denúncias de moradores do bairro.
Segundo o delegado Jader Amaral, titular da DH, o médico foi preso na clínica que funciona na Rua Paulo Barreto. Ele teria outras passagens pela polícia por crime de aborto.
Mulheres que aguardavam atendimento e funcionários também foram levados para a delegacia. Uma jovem, de 21 anos, que, segundo a polícia, tinha acabado de fazer um aborto, foi levada de ambulância para o Hospital Miguel Couto, na Zona Sul.
Os policiais ainda recolheram materiais para que seja feito uma perícia que comprove a prática ilegal de aborto e até exames de DNA.
Na outra clínica, na Rua Dona Mariana, os agentes descobriram portas blindadas, que só abrem pelo lado de dentro, e uma passagem secreta, que seria usada para fuga com a chegada da polícia.
De acordo com a polícia, cada cirurgia custava em média R$ 1 mil. As clínicas não tinham alvará e nem autorização para realizar cirurgias de aborto. Os dois estabelecimentos já foram alvos de outras investigações da polícia.
"Nosso objetivo agora é intensificar essas operações. Já temos outras clínicas na mira", disse o delegado Jader Amaral, alertando que tanto os médicos quanto as pacientes podem responder por crime de aborto legal, embora com penas diferentes.