Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Sarkozy defende que Brasil ocupe cadeira no Conselho de Segurança da ONU

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta segunda-feira que considera uma questão de "justiça" o Brasil ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em declaração conjunta ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sarkozy defendeu reformas nas Nações Unidas que permitam maior participação dos países em desenvolvimento, como o Brasil, nas decisões tomadas pela cúpula mundial.


"Representamos 85% do PIB mundial, mas as instâncias nas nações Unidas devem se reformar ou correm o risco de perder a sua legitimidade. As Nações Unidas devem se reformar. Estamos no século 21, não podemos considerar normal que a África não tenha um membro permanente no Conselho de Segurança de Segurança. Também não acredito que, no café da manhã do G-8, não possamos convidar o Brasil. Isso é perigoso", afirmou.

Assim como Sarkozy, Lula defendeu mudanças no atual modelo da ONU (Organização das Nações Unidas) que permita maior representatividade de países em desenvolvimento.

Lula também disse ser favorável à maior participação de países pobres em discussões mundiais, como na cúpula do G-20. "O mundo não pode esquecer o que aconteceu no ano passado. A lógica de que o mercado ia resolver tudo, faliu. O Estado não pode abrir mão de ser o indutor. Tivemos que induzir mais dinheiro na produção. Se não existe o Estado, as coisas não funcionam com a facilidade que alguns imaginavam que iam funcionar. Vamos cobrar que cada país faça sua parte para que a crise não resulte no sofrimento dos mais pobres", afirmou.

Os dois presidentes se mostraram dispostos a apresentar posições convictas na reunião de Copenhague, na Dinamarca, prevista para dezembro deste ano, cujo tema principal será a discussão das mudanças climáticas.

Sarkozy disse que, se os países ricos desejam que o Brasil tenha sua ampla participação na defesa do meio ambiente, devem apresentar condições de trabalho aos países em desenvolvimento.

"Se quisermos que o Brasil tenha toda sua participação da defesa do meio ambiente em Copenhague, é preciso dizer que há direitos e deveres. Não podemos dizer aos países emergentes que eles contam menos e vão pagar mais. Digo isso para o Brasil, Índia, Egito, de cuja ajuda precisamos", afirmou.

FMI

Lula também criticou órgão internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), que impõem restrições ao uso de recursos emprestados às nações pobres ou em desenvolvimento.

"Que os empréstimos tragam como resultado a produção de um bem material. Isso é que vai trazer riqueza, não a especulação que tínhamos antes. Tem que mudar o FMI, o Banco Mundial. Essas instituições precisam emprestar dinheiro para gerar desenvolvimento. Não emprestar dinheiro com imposições que impedem os países que pegaram dinheiro a fazer alguma coisa. Não cabe ao empregador impor as condições em que vai se utilizar o dinheiro. Ele tem que querer a garantir de que vai ser ressarcido pelo empréstimo", disse Lula ao lado de Sarkozy.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet