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Domingo, 02 de junho de 2024

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Justiça ouve 15 testemunhas e Hildebrando faz própria defesa em julgamento

O Tribunal do Júri do Acre ouviu 15 testemunhas nesta segunda-feira no julgamento da caso que ficou conhecido como o crime da motosserra. Ao todo, 27 testemunhas deveriam ser ouvidas hoje, mas algumas alegaram motivo de saúde e não compareceram. Outras foram dispensadas porque um dos réus não foi ao julgamento, que deve ser suspenso por volta das 22h30 desta segunda-feira (23h30 de Brasília) e retomado na terça-feira (22).


São julgados o ex-deputado Hildebrando Pascoal (ex-DEM), Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Neto (irmão de Hildebrando), Alex Fernandes Barros (sargento da Polícia Militar) e Adão Libório de Albuquerque (servidor público municipal). Hildebrando, coronel da PM, foi cassado.

Após ouvir as testemunhas, Hildebrando prestou depoimento e pediu ao juiz para fazer sua própria defesa no julgamento. O juiz acatou o pedido e, até as 22h30, o ex-deputado já havia falado por duas horas e meia.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, os réus são acusados da sessão de tortura e assassinato do mecânico Agilson Santos Firmino, o 'Baiano', em 3 de julho de 1996.

Segundo a denúncia, ainda vivo, o mecânico teve os olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com a utilização de uma motosserra, além de um prego cravado na testa. Em seguida, os réus atiraram contra a cabeça do mecânico. A suspeita é que Hildebrando tenha efetuado os disparos.

O que sobrou do corpo de Baiano foi jogado em uma hoje movimentada avenida de Rio Branco. O filho de Baiano, de 13 anos, também foi morto.

Hildebrando

Hildebrando tem uma lista de crimes e condenações tão extensa quanto o número de vítimas executadas pelo esquadrão da morte que liderou. Mesmo preso, já condenado a mais de 80 anos de prisão por dois homicídios, tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e crimes eleitorais (trocava cocaína por votos) e financeiros, ele ainda assusta os moradores do Estado.

Quatro testemunhas do crime da motosserra foram assassinadas --Hildebrando foi condenado por duas dessas mortes.

Três dos 25 pré-selecionados para o Tribunal do Júri pediram para não participar do julgamento, temendo represálias. Os jurados estão hospedados em dois hotéis no centro da capital, sob escolta policial. Um sorteio vai escolher os sete que votarão no julgamento.

O esquema de segurança também foi reforçado --cerca de cem policiais civis, militares e federais, segundo o Tribunal de Justiça, vigiam o Fórum Barão de Rio Branco.

Segundo o Ministério Público, o que motivou Hildebrando a matar Baiano (e a ordenar a morte do filho dele) foi o assassinato de um irmão do então deputado, Itamar.

Baiano trabalhava para o acusado pelo crime; foi morto por não saber o paradeiro do patrão. Já o filho (cujo caso será julgado à parte) morreu porque não sabia dizer aos seus algozes onde estava o pai.

Sanderson Moura, advogado do deputado cassado, diz que não há provas da participação de Hildebrando no crime da motosserra. "Ele é um preso político", afirma, e "fará revelações surpreendentes".

Em muitos dos crimes cometidos pelo esquadrão de Hildebrando (investigadores estimam em quase cem mortes), não se conheceram as causas nem as explicações.

"Era uma espécie de assinatura do grupo: corpos decepados, mutilados, jogados no meio da rua", conta o procurador Samy Barbosa Lopes, coordenador do grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público Estadual.
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