Os noves escoteiros e três monitores que passaram três dias perdidos na Serra do Mar se recuperaram da aventura em casa nesta quarta-feira (23).
Um dos escoteiros, Ricardo Sanches, estudante de 17 anos, escapou com alguns arranhões e picadas de mosquito. “Eu acabei dormindo sem camiseta dentro do saco de dormir, mas mesmo assim eles conseguiram me atacar e acho que eu era o preferido deles”, brincou Sanches.
Ele e o grupo de escoteiros pretendiam passar o fim de semana percorrendo uma trilha na Serra do Mar, mas a aventura demorou bem mais. “A gente comeu de manhã palmito e de noite um chá de limão com cebola”, contou o estudante.
Foi para a mãe que Ricardo ligou pedindo ajuda. “Ele falou: ‘Mãe, nós estamos todos bem. Ninguém está machucado. Estamos todos juntos. Chama o bombeiro’”, revelou Regina dos Santos, mãe de Ricardo.
Os bombeiros localizaram o grupo nesta terça-feira (22), mas por causa do tempo fechado desistiram de abrir uma clareira para o helicóptero. O caminho de volta foi a pé. “Acho que os bichos da selva fugiram todos, mas ele voltou”, disse a mãe, sobre o reencontro com o filho.
Dez adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, dois coordenadores-escoteiros e um guia, saíram de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, no sábado (19), com previsão de volta no domingo (20).
Segundo o coordenador de comunicação da União dos Escoteiros do Brasil (UEB), Fernando Neves, o grupo estava fazendo uma excursão na área do Núcleo Curucutu, na Serra do Mar, acompanhado de um guia do parque, quando começou a chover e eles tiveram de caminhar mais devagar.
Com a demora, acabou anoitecendo e eles tiveram de dormir na mata na noite do domingo (20). De acordo com Neves, eles avisaram sobre o atraso ao grupo do qual fazem parte em São Paulo, que informou as famílias. Algum parente acionou os bombeiros sem informar ao grupo, segundo Neves.