O escritório de advocacia inglês Stewarts Law informou nesta quarta-feira ter identificado quatro "fatores" na cadeia de eventos que podem ter provocado o acidente com o Airbus A330 da Air France no dia 31 de maio, informou a agência AFP. "Identificamos quatro fatores na cadeia de erros que levou a esse acidemte. Se retiramos um desses fatores, o acidente não acontece", disse o advogado Charles-Henri Tardivat, em entrevista coletiva.

A Stewarts Law afirma representar cerca de 50 famílias de vítimas do vôo AF 447 de 15 países. O avião da companhia francesa caiu no Oceano Atlântico depois de decolar do Rio de Janeiro em direção a Paris.

"O primeiro é o fator meteorológico com a existência de turbulências moderadas ou severas", disse, na véspera de um encontro entre a juíza do caso, Sylvie Zimmerman, e as partes civis. O encontro acontecerá amanhã, no Palácio da Justiça, em Paris.

"A falha das sondas Pitot, que forneceram informações incoerentes sobre a velocidade do vôo, é o segundo elemento. O terceiro é um problema no sistema de ajuda à navegação (Adiru)", acrescentou Tardivat. "O quarto elemento é o treinamento dos pilotos, que não puderam tomar a reação adequada".

A partir desses quatro fatores, identificados com base nas mensagens automáticas enviadas pelo Airbus, o escritório considera duas hipóteses sobre o desenvolvimento do acidente, testados em simuladores de vôo. "No primeiro, o avião está em subida e os Pitots estão inoperantes, a velocidade indicada aumenta com a altitude. Mas a velocidade real cai e leva o aparelho a parar", disse o advogado.

"Na segunda hipótese, o nariz do avião está ligeiramente inclinado para baixo e a velocidade indicada baixa com a altitude. Mas a velocidade real aumenta corrigindo a altitude. O aparelho fica super acelerado", afirmou.