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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Pastoral da Terra critica imprensa por divulgação de ação do MST

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) criticou nesta terça-feira a divulgação pela imprensa da ação de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na ocupação da fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras e Lençóis Paulista, em São Paulo.


Segundo a CPT, a ocupação ocorreu no dia 28 de setembro deste ano e a imprensa "requentou" a notícia ao divulgar a ação apenas a partir da última segunda-feira (5), quando os sem-terra destruíram parte de um laranjal que existe na propriedade.

Segundo o movimento, a área é pública, e não particular, e os pés de laranja foram derrubados para dar espaço a plantações de feijão e milho. Após negociação com a Polícia Militar, integrantes do MST aceitaram hoje deixar pacificamente a fazenda.

O laranjal é administrado pela Sucocítrico Cutrale, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo. Segundo a empresa, além de derrubar os pés de laranja, os sem-terra destruíram tratores e equipamentos, vasculharam o escritório e deixaram muita sujeira.

Segundo Carlos Otero, representante da Cutrale, a empresa fará um inventário para relacionar os equipamentos que foram destruídos ou furtados. Ainda não uma previsão de quanto foi o prejuízo.

Os sem-terra informaram que foram derrubados cinco hectares de plantação de laranja, ou seja, 50 mil metros quadrados. A Cutrale, por sua vez, informou que no local há 1 milhão de pés de laranja e que mais de sete mil foram destruídos. Segundo a empresa, 300 funcionários foram expulsos da fazenda pelos sem-terra.

Para a CPT, a divulgação somente uma semana depois da ocupação do MST foi uma forma de dar argumentos para os parlamentares reapresentarem no Congresso uma CPI para investigar entidades ligadas ao movimento.

"A ação do MST do dia 28, que ao ser divulgada pela primeira vez não provocara muita reação, poderia dar a munição necessária para novamente se propor uma CPI contra o MST. E numa ação articulada entre os interesses da grande mídia, da bancada ruralista do Congresso e dos defensores do agronegócio, se lançaram novamente as imagens da ocupação da fazenda da Cutrale", afirma a CPT por meio de nota.

A CPT também contesta a posição dos parlamentares da bancada ruralista que defendem a instalação da CPI e sugere que entidades ligadas ao agronegócio sejam investigadas.

"Por que a bancada ruralista se empenha tanto em querer destruir os movimentos dos trabalhadores rurais? Por que não se propõe uma grande investigação parlamentar sobre os recursos repassados às entidades do agronegócio, ao perdão rotineiro das dívidas dos grandes produtores que não honram seus compromissos com as instituições financeiras?", diz a CPT.
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