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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Brasil

FHC diz que PAC é instrumento de propaganda do governo e não tem prioridade

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a atacar nesta terça-feira o loteamento de cargos no setor público, citando em especial estatais federais. Ele ainda criticou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ao dizer que se trata apenas de um instrumento de propaganda. "É preciso descupinizar a máquina pública. Senão o cupim do nepotismo, do clientelismo, [...] do partidarismo, de tudo o que é ruim fica", disse. "A máquina é boa, tem gente boa e competente lá, mas o cupim pega", disse FHC durante evento sobre os 15 anos da implantação do Plano Real, na sede da Fecomercio (Federação do Comércio de São Paulo).


"Não dá pra continuar no país onde a população sente que a lei não é igual para todos, que alguns transgridem a lei e não acontece nada. Pior, quando às vezes que o presidente da República vem e abençoa o infrator, dizendo 'não, não foi nada, não foi tão grave assim'", afirmou o ex-presidente. "Não vou dizer que não houve corrupção [no meu governo], mas eu nunca compactuei com ela."

Segundo FHC, a sensação de impunidade é um dos grandes problemas no país na atualidade, e deve ser combatida. "Tem que reduzir a corrupção botando na cadeia. Lá nos EUA, [...] o senhor Madoff [Bernard Madoff] está na cadeia. É milionário, está velho, mas está na cadeia", disse, citando o financista de 70 anos que pode ficar preso por até 150 anos por ter criado um fundo que fraudou clientes em até US$ 65 bilhões.

PAC

O ex-presidente ainda criticou o PAC. Para ele, o plano não tem prioridade e está servindo apenas de propaganda para as eleições presidenciais.

"O PAC é o Plano de Aceleração da Comunicação. [...] Inaugura a obra que não está feita, o presidente viaja e faz discurso, e leva a tiracolo a... bom, não sei se é candidata", disse, se referendo à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), provável candidata da situação para a Presidência em 2010.

"As pessoas estão se contentando com a publicidade. Eu acho que tem que cobrar a realização e ter sentido de prioridade. Quando você coloca tudo junto, não está dando prioridade a nada [...]", disse. "As obras não são inauguradas. Mas até que, como plano de comunicação, funciona."

Mas FHC não distribuiu apenas críticas à Lula. Segundo ele, o presidente teve "sagacidade" ao manter as premissas básicas da política econômica e conseguir contornar as pressões para mudanças --que, em sua opinião, seriam danosas à estabilidade econômica.

"A despeito de tudo, temos que celebrar. Graças à contribuição da Carta aos Brasileiros e à sagacidade do presidente da República, que sabe manobrar diante das pressões que nem sempre são positivas, acho que o Brasil está melhor que estava, e vai continuar melhorando. Assim como espero ter entregue um país melhor que recebi de Itamar [Franco, ex-presidente], acho que o presidente Lula tem um país que está melhorando, e espero que a gente [do PSDB] possa receber de volta melhorado por ele."


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