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Quinta-feira, 13 de junho de 2024

Notícias | Brasil

Água em pré-escolas está fora do padrão em Ribeirão Preto

Um estudo da Escola da Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) mostrou que a água consumida em 20 creches e pré-escolas proveniente de torneiras, bebedouros e das cozinhas apresentou amostras que estavam fora dos padrões no nível de flúor, cloro e pH.


Para a dissertação de mestrado, orientada pela professora Angela Takayanagui, houve a coleta de água duas vezes em cada escola, no primeiro e no segundo semestres do ano passado. O estudo constatou ainda que a maioria das variações ocorreu no bebedouro e na cozinha, já dentro da escola, após passar por filtro, do que na torneira da rua do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto).

O excesso de flúor e um nível menor de cloro podem ser prejudiciais ao organismo, segundo a química Lúcia Campos, docente do Departamento de Química da USP. O flúor interfere na formação dos ossos. Se ingerido em excesso, pode danificá-los e gerar má formação.

O cloro é adicionado na água por ser um bactericida. Se o nível do produto diluído for muito menor, pode permitir desenvolvimento de bactérias na água, e provocar diarreias, por exemplo. A docente considera, porém, que seriam necessárias mais amostras, por uma maior frequência, para definir se há problemas com a água.

Segundo a autora do estudo, Janaina Castania, algumas escolas tiveram amostras acima e abaixo do padrão de cloro recomendado na água --de 0,2 a 2 miligramas por litro, segundo portaria do Ministério da Saúde. Houve alterações em 15% das amostras, na primeira fase de coleta, e 1,66%, na segunda.

Quanto ao flúor, todas as amostras analisadas estavam em desacordo com a legislação estadual, que prevê níveis de 0,6 a 0,8 mg por litro. Já o nível do pH da água, que deve variar de 6 a 9,5, estava alterado em cinco escolas, na primeira coleta, e em quatro, na segunda.

Análises não encontraram bactérias. Os níveis de turbidez da água e de coliformes fecais estavam em conformidade.

Segundo Castania, apesar de as alterações de cloro, flúor e pH terem variado pouco do considerado ideal, a pesquisa serve de alerta ao poder público. "O estudo nos mostrou uma vulnerabilidade que, apesar de não ser grave, não deveria ter ocorrido", disse.

Cópias do estudo foram entregues ao Daerp e à Secretaria da Educação. Em nota, a secretária Débora Vendramini (Educação) afirmou que os diretores das escolas "têm tomado providências com relação aos reservatórios de água no sentido de higiene e controle da qualidade". A nota diz ainda que "toda e qualquer alteração sobre o assunto temos encaminhado ao órgão responsável, o Daerp". Procurado, o superintendente do Daerp, Tanielson Campos, não se manifestou.
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