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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Subestação do apagão nunca foi vistoriada

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nunca vistoriou a subestação de Itaberá (SP), apontada pelo governo como origem do blecaute que deixou 18 Estados sem luz na terça-feira (10). As outras duas subestações envolvidas, Ivaiporã (PR) e Tijuco Preto (SP), foram fiscalizadas há mais de dois anos, de acordo com reportagem de Humberto Medina. A reportagem está na Folha deste sábado (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).


A Aneel informou que não é possível fiscalizar todo o sistema de transmissão com equipes no local. São aproximadamente 90.000 quilômetros de linhas e 450 subestações. A agência tem 187 fiscais, entre servidores do quadro próprio e de agências estaduais conveniadas.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) deve divulgar na próxima terça-feira (17) os resultados das análises de um equipamento das subestações de transmissão de energia que ajuda a explicar o que provocou o blecaute da última terça-feira (10).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que apenas as investigações vão determinar as causas do apagão que atingiu 18 Estados entre a noite de terça e a madrugada de quarta (11). Ele descartou a possibilidade de sabotagem e, sobre um possível novo apagão, afirmou que "as coisas só não têm chance de acontecer se Deus não quiser".

Apagão

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) reafirmou no início da noite de quarta (11), em Brasília, que o apagão que atingiu 18 Estados ocorreu devido a fenômenos climáticos. Segundo ele, descargas atmosféricas, ventos e chuvas muito fortes na região de Itaberá (SP) foram a causa do desligamento de três linhas de transmissão e o consequente desligamento da usina hidrelétrica de Itaipu.

Lobão afirmou que o próprio Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espacias) confirmou a concentração muito grande desses fenômenos na região. Mais cedo, no entanto, técnicos do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe, informaram que as chances de um raio ter sido a causa do apagão são mínimas.

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) admitiu na quinta-feira (12) que o Brasil não está livre de sofrer novos blecautes, como o que deixou 18 Estados às escuras. "Nós não estamos livres de blecaute", afirmou. "O que nós prometemos é que não terá neste país mais racionamento", completou a ex-ministra de Minas e Energia.

"Nós trabalhamos com sistema de transmissão de milhares de quilômetros de rede, e interrupções desse sistema ninguém promete que não vai ter. Nós prometemos que não terá racionamento, porque racionamento é barbeiragem", afirmou Dilma, que ainda negou que o país tenha sofrido um apagão. "Não teve [apagão]. Uma coisa é blecaute [outra é apagão]".

De acordo com o governo, foram desligados 28,8 mil MW (megawatts) de carga no SIN (Sistema Interligado Nacional) nesses 18 Estados, o equivalente ao dobro da potência instalada de Itaipu. No Paraguai, houve interrupção de 980 MW de carga.

O problema começou às 22h13, quando ocorreu perturbação geral, envolvendo diretamente a região Sudeste e Centro-Oeste, desencadeando desligamentos automáticos.

Os dados do operador apontam que às 22h29 a carga da região Sul já estava restabelecida, da região Centro-Oeste às 22h50 e da região Nordeste às 22h55. Às 23h50 foi restabelecida a carga de Minas Gerais.

O restabelecimento gradativo de energia em São Paulo começou à 0h04 e no Rio de Janeiro e Espírito Santo à 0h40. À 1h44 foi restabelecido o SIN. Mas o problema todo foi sanado às 3h15 de quarta-feira (11).
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