A advogada brasileira Paula Oliveira, que disse ter sido agredida por xenófobos na Suíça e depois teve sua versão desmantelada, terá de comparecer a uma audiência na Justiça suíça no próximo dia

Paula foi denunciada pela Procuradoria do cantão de Zurique sob acusação de "confundir a Justiça", teve o passaporte apreendido, e não pode deixar o país. Promotores disseram que estão buscando apenas uma multa e não uma pena de prisão, caso ela seja condenada. À época da denúncia, a brasileira disse que iria contestar a acusação.

Skinheads

A advogada afirmou ter sido espancada por supostos skinheads em uma estação de trem nos arredores de Zurique, no dia 9 de fevereiro, e teve parte do corpo retalhado por estilete. Ela disse ainda que estava no terceiro mês de gestação de gêmeos e que havia sofrido aborto após a agressão.

Em seu corpo, havia marcas da sigla SVP (Partido do Povo Suíço), que defende políticas anti-imigrantes consideradas racistas pela oposição. A brasileira tirou várias fotos dos locais do corpo que teriam sido alvo dos criminosos. No dia 13 de fevereiro, a polícia de Zurique disse que ela não estava grávida no momento dos ferimentos. Na ocasião, as autoridades afirmaram que Paula poderia ter causado os ferimentos em si mesma.

Diversos colegas e amigos começaram a desmentir as informações de Paula. A brasileira deixou o hospital onde estava internada após a suposta agressão no dia 17 de fevereiro. No dia seguinte, passou oficialmente de vítima a suspeita.

A família diz que Paula tem lúpus --a doença atinge o sistema imunológico e, em casos mais graves, pode causar distúrbios psicológicos.

O advogado Roger Müller, que defende a brasileira, afirmou em entrevista à Folha Online que o depoimento prestado pela jovem à polícia suíça enquanto ela estava hospitalizada não tem validade jurídica.