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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Estudante que perdeu dedos do pé passa pela sexta cirurgia

O menino de 12 anos, que perdeu os dois dedos do pé esquerdo ao ser atingido por parte de uma mureta que desabou num corredor do Colégio Anglo-Americano, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, está sendo submetido à sexta cirurgia, nesta sexta-feira (4), para impedir a extensão da necrose.


Os pais ainda não tiveram coragem de falar com sobre a amputação dos dedos.

“Ele está sendo acompanhado por uma psicóloga e tem reagido bem, graças a Deus. No início, ele chegou a entrar em crise, aqui no hospital, pedindo para ir embora. Mas, agora, está mais calmo. Vamos encontrar o momento exato para conversar com ele e contar tudo”, afirmou a mãe, Daniela Carneiro dos Santos, que não sai do lado filho, internado há 16 dias no Hospital Barra D´or.

O estudante sofreu o acidente no dia 18, quando foi internado, antes de passar por uma clínica ortopédica, também na Barra. Na primeira operação, ele ficou durante 13 horas no centro cirúrgico, para que a equipe médica tentasse recuperar o fluxo sanguíneo do segundo e terceiro dedos. Mas a ponte de safena foi rejeitada.

Segundo a mãe do garoto, dois dias depois da primeira intervenção, o filho voltou à sala de cirurgia, onde permaneceu por oito horas. Desanimados, os médicos procuraram a família para revelar que não havia outro jeito a não ser amputar os dedos para evitar a progressão da necrose.

Na cirurgia desta sexta-feira, a intenção é recuperar o quarto dedo, que está necrosando na parte inferior. O objetivo é recuperá-lo e evitar mais uma amputação.

Como foi o acidente

Segundo testemunhas, o menino e outros colegas se dirigiam à sala de aula, depois do recreio, quando aconteceu o acidente.

A mãe do menino contou que ficou sabendo do acidente por telefone, quando a diretora Maristela de Oliveira Paulo e Braga ligou dizendo que seu filho “havia sofrido um pequeno acidente”. Mas, antes que ela chegasse ao colégio, a diretora voltou a ligar afirmando que os médicos teriam dito que “a coisa era mais séria” e sugeriram a transferência para outro hospital.

“Cheguei lá na clínica e encontrei meu filho com o pé enfaixado, chorando muito de dor. Imediatamente eu o levei para o (hospital) Barra D’or, que atende pelo meu plano de saúde. A preocupação, agora, é com a recuperação de nosso filho, mas depois queremos saber se houve algum tipo de irresponsabilidade do colégio”, disse Daniela.

Diretores visitaram aluno no hospital

Daniela contou que o ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que é presidente licenciado do colégio, esteve no hospital, acompanhado do filho, Rodrigo Suassuna, que é advogado e diretor vice-presidente da instituição, para saber como estava o menino.

“Ele trouxe um aparelho de DVD e uns CD’s para o meu filho, mas em nenhum momento perguntou se a gente estava precisando de alguma coisa”, disse a mãe do menino.

Por meio de uma nota, o diretor João Pessoa de Albuquerque confirmou que a mureta caiu no pé do aluno por uma "fatalidade" e que a Defesa Civil esteve no colégio "mas nada constatou que levasse à interdição do local”.

De acordo com o documento, o órgão teria afirmado que “a mureta não apresentava nenhum risco de cair”, mas teria pedido para isolar a área. A recomendação teria sido confirmada pelo Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura).

"O nosso contato com a família é permanente e será permanente. Tudo o que o aluno precisar, o colégio colocará à disposição dele", conclui a nota.
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