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Quinta-feira, 04 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Justiça condena médico a 18 anos de prisão por morte de paciente em Ribeirão Preto

O ex-ginecologista Vanderson Bullamah foi condenado na madrugada desta sexta-feira a 18 anos de prisão em regime fechado acusado de causar a morte da estudante Helen de Moura Buratti, 18, em julho de 2002, em Ribeirão Preto. O advogado Heráclito Antônio Mossin disse que pedirá a anulação do julgamento.


Na época, a estudante foi submetida a uma lipoescultura e morreu um dia após a cirurgia. O ex-ginecologista, que teve o registro profissional cassado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), foi levado a júri popular, em um julgamento durou 16 horas.

Ao ler a sentença, o juiz José Roberto Bernardi Liberal, de Araraquara, afirmou que o tratamento dado a Bullamah deveria ser "severo e eficaz, compatível a ser ato de violência".

Na acusação contra Bullamah, o promotor do caso, Luiz Henrique Pacini Costa, aponta para um caso de dolo eventual. Isso significa que Bullamah sabia dos riscos aos quais a paciente estava exposta e não se importou com as consequências desses riscos.

Defesa

Durante o júri, o ex-ginecologista disse que paciente morreu por causa de complicações consequentes de um procedimento médico realizado no hospital Beneficência Portuguesa. A estudante mas passou mal ao chegar em casa, teve muita diarreia e precisou ser levada à Beneficência, onde morreu após ser atendida.

Uma das causas da morte da estudante, segundo o resultado da necropsia realizada pelo SVO (Serviço de Verificação de Óbito), foi "hidrotórax à direita", que significa presença de líquido em um dos pulmões.

Para Bullamah, o líquido era, na verdade, soro injetado pelo cardiologista Divino Batista, responsável pela UTI da Beneficência Portuguesa. O líquido teria prejudicado o funcionamento do pulmão e do coração da jovem, que morreu após parada cardiorrespiratória.

Como nenhum profissional conseguiu pulsionar veias da estudante, Batista optou por acessar a veia subclávia, na parte de trás da clavícula. A medida só é adotada em casos extremos, afirmou Batista ao júri, em razão de riscos.

Bullamah alega que, como nenhum raio-X foi feito, conforme preconizam protocolos de atendimento de urgência e emergência, não há como garantir que a veia tenha sido pulsionada corretamente. Por esse motivo, seria possível que o soro extravasasse para o tórax.

Batista argumentou que estava convicto de ter conseguido acessar a veia de Helen e que não havia tempo para fazer o raio-X. A prioridade naquele momento, diz ele, era salvá-la. O cardiologista também disse que há no processo exame que prova que o líquido no pulmão de Helen era produzido por reação do próprio organismo.
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