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Sábado, 06 de julho de 2024

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Mulher deixa vida confortável para morar ao lado de crianças na Favela

A voluntária Cássia Oliveira é um belo exemplo de dedicação. Ela mudou completamente de vida para ajudar crianças do Morro do Cantagalo. Cássia era funcionária de um grande banco, vivia em um apartamento confortável na Tijuca, mas deixou tudo isso para trás para viver na comunidade do Cantagalo. Logo ela, que nunca tinha entrado em uma favela. Tudo isso por um ideal. Confira a entrevista com a voluntária.


Edney Silvestre - Teve gente que achou que a senhora estivesse louca, quando a senhora abandonou o seu emprego estável para seguir um ideal?

Cássia Oliveira - Com certeza, porque a sociedade cobra da gente conseguir sucesso, que geralmente é financeiro e não emocional. E hoje em dia eu tenho um sucesso emocional e não financeiro. Eu não sobrevivo financeiramente com relação ao trabalho.

E a senhora tinha uma vida completamente estável, não só com relação ao trabalho, como também com filhos e uma vida regrada na Tijuca.

Com certeza, com dois filhos. Quando eu resolvi deixar o meu trabalho estável, meus filhos já estavam encaminhados, mais velhos. Então eu resolvi dar esse passo, porque o risco seria só meu.

A senhora mora em uma casa modesta no Cantagalo?

Sim, moro numa casa modesta e nunca tinha ido a uma favela. Em 1999, eu subi a favela pela primeira vez com quem seria a coordenadora do projeto onde eu trabalhei. A gente entrou numa igreja que tinha 60 crianças me aguardando. E, quando eu vi as crianças, eu senti que era o meu lugar. E, a partir daí, a minha vida mudou completamente. O que me deu força foi um menino que hoje está com 18 anos. Ele tinha 11 anos na época, era extremamente introvertido e, quando ele se sentou primeiramente ao piano, eu achei que ele tinha alguém na família que tocava o instrumento. Em um mês, ele estava tocando oito músicas. A gente não vai formar todos como músicos, mas eu busco formar todos como cidadãos do mundo, da vida. Que olham o mundo de outra forma e que se sintam inseridos nesse mundo. Eu acho que a cultura é a única coisa que faz essa redenção, essa descoberta.

A senhora podia estar aposentada desse grande banco, podia estar viajando pela Europa, pelo Brasil, e está no Cantagalo fazendo esse trabalho, seguindo esse sonho. Vale a pena?

Vale a pena. Hoje eu me sinto viva. Hoje eu sou uma pessoa muito mais dinâmica, muito mais jovem, que eu era há 20 anos. Hoje eu não tenho depressão, não tenho carências afetivas, nada disso, coisa que eu sofria muito. Hoje eu sou uma mulher feliz. Pobre, mas feliz.
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