O segurança Eduardo Soares Pompeu, 47, funcionário de uma padaria na região de Higienópolis (região central de São Paulo) e apontado como o responsável pela morte do empresário Dácio Múcio de Souza Júnior, 29, se apresentou à Polícia Civil de São Paulo no fim da noite desta quarta-feira.

Por meio de sua defesa, ele combinou um local e se entregou à equipe de investigadores do 77 DP (Santa Cecília). Ele foi encaminhado para a delegacia e deve ficar detido.

Souza Júnior, um dos herdeiros da fábrica de purificadores de água Europa, foi morto a facada na madrugada de domingo (27), após uma discussão. Na ocasião, ele foi à padaria Dona Deôla com a irmã Nathalia Curti de Souza, 20, para fazer um lanche e quis saber de funcionários se haviam sido tomadas providências em relação a um bate-boca ocorrido na terça anterior entre o segurança e Nathalia, que esteve no local com amigas.

A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão de Pompeu. Na terça (29), a advogada do segurança, Adriana Wada Ueda, afirmou que o crime foi cometido em legítima defesa. De acordo com ela, foi o empresário quem atacou seu cliente, usando uma faca.

Nesta quarta, um representante da família do empresário afirmou que os parentes consideram absurda a versão apresentada pela advogada.

Crime

A irmã do empresário disse que ambos decidiram ir à padaria para comer depois de voltar do sítio da família. No estabelecimento, eles procuraram a gerência para saber quais providências haviam sido tomadas em relação a uma discussão ocorrida na madrugada da última terça, quando Nathalia afirma ter discutido com o segurança. Segundo a jovem, o segurança reclamou que ela e um grupo de amigas falavam "alto demais" e xingou as moças com palavrões.

Na madrugada de domingo, porém, enquanto o irmão cobrava informações sobre o caso, foi surpreendido pelo segurança e houve nova discussão. Segundo Nathalia, a moça do caixa disse que o segurança estava armado e pediu: "Corre, que ele está com alguma coisa debaixo da camisa".

Ela disse que saiu do estabelecimento para pegar o carro e, quando voltou, viu o segurança. "Foi aí que vi o segurança, andando tranquilamente na rua, como se nada tivesse acontecido. Perguntei pelo meu irmão e ele fez sinal com a mão de que saíra por aí". Em seguida, a jovem viu o irmão caído na calçada.

Souza Junior foi levado para o Hospital Samaritano, mas não resistiu.