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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Balconista conta seu dia de herói ao salvar mulher e criança

Foto: Reprodução G1

Balconista conta seu dia de herói ao salvar mulher e criança
No 44º dia seguido de temporal em São Paulo, o balconista José Cardoso, de 30 anos, já se preparava para a rotina de sempre.


Afinal, as avenidas Ricardo Jafet e Abraão de Morais, na esquina com a Avenida Bosque da Saúde, onde trabalha, costumam encher e o resultado é muito trabalho após as chuvas.

Assim, a única preocupação dele era levantar uma caixa de cerveja aqui, puxar um engradado de refrigerantes ali e se preparar para quando o Córrego Ipiranga, mais uma vez transbordando, voltasse ao seu leito para limpar a sujeira que a água deixa após invadir o bar.

O balconista, no entanto, estava prestes a se unir à galeria de heróis anônimos que as chuvas em São Paulo produzem. Com o rodo na mão, por volta das 17h30, Cardoso viu um carro preto passar na sua frente, carregado pela água que descia a Avenida Bosque da Saúde.

Acho que vai passar na TV porque tinha um montão de helicóptero aqui em cima "
O balconista disse que parou para olhar a cena: um carro caro, com cara de novo. "Um baita prejuízo", pensou. Lá de dentro do carro, que boiava em direção à Ricardo Jafet, por trás dos vidros escuros, uma mulher se debatia, apontando para o banco de trás.

Cardoso disse que nem sequer pensou. Apenas largou o rodo e pulou na água. Se segurando nas fachadas, chegou até o carro que insistia em enroscar na esquina, sobre a calçada inundada do bar.

Quando chegou na janela do motorista, no lugar da mão da mulher que se desesperava, ele encontrou a mão de um bebê. A mulher passou a criança pela janela, para que Cardoso a levasse para o bar. A essa altura, os companheiros do balconista já o ajudavam. "Você devia ter chegado aqui na hora em que o carro estava boiando", contou, orgulhoso, ao repórter.

"Acho que vai passar na TV porque tinha um montão de helicóptero aqui em cima", disse um dos companheiros de balcão.

Cardoso ainda teve força para voltar ao carro e puxar a mulher pela janela. Não durou mais do que cinco minutos, ele disse. Tempo suficiente para mãe e filha serem salvas e para o balconista ingressar na categoria de herói.

Cardoso não se tornou um super-herói. Virou herói mesmo, daqueles que arriscam a vida sem saber o que estão fazendo. Meia hora depois, Cardoso terminava de tirar a lama de dentro do bar. E seguia sua rotina como se não tivesse acabado de fazer algo extraordinário.
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