A Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira que o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi autorizado a tomar banho de sol diário de 15 minutos de duração desde a tarde de ontem. Arruda está preso desde a sexta-feira passada na sede da Polícia Federal no Distrito Federal por determinação do Supremo Tribunal Federal sob a acusação de tentativa de suborno a testemunha de um processo em que o governador figura como réu.
De acordo com a PF, o banho de sol não foi pedido pelo preso, mas sim é uma determinação a ser seguida por questões de saúde. Arruda, no entanto, pode se recusar a tomar sol caso queira. Porém, segundo a PF, Arruda aceitou a concessão ao banho de sol já na tarde do domingo e repetiu a dose na tarde desta segunda.
O governador afastado está também recebendo a visita de seu médico duas vezes ao dia, segundo informações dadas pela PF nesta tarde. De acordo com um porta-voz da instituição, Arruda está em bom estado geral de saúde e com a pressão arterial normal.
Arruda pode receber a visita somente de advogados e parentes, sendo que estes últimos precisam agendar a entrada na prisão junto à PF, somente das 8h às 18h. Nesta segunda a mulher de Arruda, Flavia, visitou o marido pela manhã.
À tarde foi a vez do advogado Thiago Bolza. Ele disse que vai definir até quarta-feira qual será a medida a ser adotada pela defesa para tirar Arruda da prisão. Ele pode ficar até 83 dias preso se todos os prazos legais da prisão preventiva que o levou à cadeia forem utilizados.
"Com certeza ele (Arruda) está preocupado com esses prazos. Encarar uma prisão é sempre difícil, mas vamos estudar as melhor estratégia para reverter a situação", afirmou Bolza.
Entenda o caso Arruda
O mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
