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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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'Parecia um tsunami', diz brasileiro sobre enchente na Ilha da Madeira

As chuvas torrenciais que já deixaram mais de 30 mortos na Ilha da Madeira são “a situação mais caótica” já vista pelo brasileiro Guilherme Reis, 34, que vive há 5 anos em Funchal, capital do arquipélago que fica 900 km a sudoeste de Lisboa.


“Parecia um tsunami vindo de cima para baixo”, descreve o brasileiro, segundo o qual mesmo os portugueses nascidos no arquipélago não viam algo semelhante desde 1993, quando outra tempestade atingiu a região.

“Ontem fez um dia maravilhoso, mas já tinha alerta vermelho para hoje. Pela manhã, o tempo já estava fechado e chovendo. Mais ou menos meio dia, saí para dar aula e já vi o caos nas ruas”, conta Reis, que dá aulas numa academia e mora na Zona do Lido, região turística que foi menos afetada pelas enchentes.

Casa destruída

Situação mais grave, segundo ele, viveu seu primo, Fabiano Silva, 25, que mora no bairro da Pena, um dos mais atingidos.

“Ele trabalha à noite em um posto de gasolina. Chegou de manhã para descansar e quando ouviu os gritos, saiu de casa só com a roupa do corpo e pulou o muro. No local onde está a casa dele, já tiraram três pessoas mortas. Na porta da casa, tinha um táxi e um tronco de árvore muito grande”, conta.

Policial ajuda morador a atravessar rua alagada durante enxurrada neste sábado (20) em Funchal, na Ilha da Madeira. (Foto: Reuters)
Ainda abalado pelo susto, Fabiano, que também dá aulas de jiu-jitsu em Funchal, não pôde falar com a reportagem. “Ele perdeu tudo, mas pelo menos escapou com vida”, diz o primo.

“Nunca vi nada igual. Na mesma rua do meu primo, vi duas pessoas mortas dentro dos carros. Em cima da casa, foi encontrado o corpo de um bebê”, conta. No mesmo bairro, segundo Reis, vive ainda o presidente da região autônoma, Alberto João Jardim.

De acordo com o brasileiro, por estar em uma região montanhosa, a cidade sofreu com os deslizamentos que atingiram as ribeiras, como são chamados os vales entre os morros, atingidos por lama, árvores e carros que foram arrastados pela força da água.

No final da tarde no Brasil, já noite em Portugal, a chuva havia dado uma trégua, mas o tempo permanecia fechado, segundo o professor. “O alerta vermelho deve durar o fim de semana inteiro, mas a meteorologia prevê que vai chover com menos intensidade”, disse.
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