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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Reflexo em SP é normal após grandes terremotos no Chile, explica professor

Os tremores relatados durante a madrugada deste sábado (27) por moradores de São Paulo são normais depois de grandes terremotos na região andina, na costa oeste da América do Sul, segundo o professor George Sand França, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, isso acontece porque a capital paulista está localizada em uma bacia sedimentar, que amplifica a freqüência emitida pelo terremoto. Durante a madrugada, um terremoto de 8,8 graus de magnitude a região central do Chile.


“Quando acontece um terremoto desses, tem uma frequência bem grande que reflete no mundo todo. A bacia sedimentar do estado de São Paulo e de toda a costa brasileira faz com que se amplifique um pouco a freqüência. Ela é como se fosse uma rocha mais mole, maleável”, explicou ele ao G1 nesta manhã. “Quem sente isso na maioria dos casos são os lugares mais altos, que já tem uma ressonância normal, e prédios com mais de cinco andares. Mais de 40 terremotos já foram sentidos no Brasil.”

De acordo com o professor, não há perigo e riscos para a população brasileira. “As pessoas podem ficar tranquilas, não tem risco algum. A população tem que estar ciente que é uma consequência de algo que aconteceu lá no Chile, que não tem risco de nenhum prédio cair e desabar. Isso é uma possibilidade remota, e se acontecesse, não seria por causa do terremoto, e sim pela própria construção.”

Os reflexos no Brasil geralmente são fracos – e como o terremoto ocorreu durante a madrugada, muitas pessoas podem não tê-lo sentido. “Até agora, só soube de que ele foi sentido em São Paulo, onde muitas pessoas trabalham de madrugada. Aqui em Brasília ainda não tive notícia”, disse França. Segundo ele, além da capital paulista e da capital federal, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba também costumam sentir os efeitos de tremores na região andina.

França explica que os terremotos com reflexo no Brasil normalmente são maiores do que 5 graus na escala Richter. “Na maioria dos casos, também são terremotos profundos, a profundidade vai de 300 km a 600 km. Mas esse foi raso [o epicentro foi localizado no mar, a 59 km de profundidade], mas com uma intensidade muito forte”. Por isso, segundo o professor, as réplicas ocorridas próximas ao epicentro não devem ser sentidas no Brasil.

Chamados em SP

Durante a madrugada, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de São Paulo receberam diversos chamados para verificar pequenos tremores em vários bairros da capital paulista, pouco depois do terremoto que atingiu o Chile.

Moradores de Tatuapé e Mooca, na Zona Leste; Bela Vista, na região Central da cidade, e da Avenida Paulista procuram a Defesa Civil para comunicar tremores. “Algumas pessoas relataram um tremor rápido e falaram de móveis e lustres balançando”, disse Jair Pereira, encarregado de equipe.

O Corpo de Bombeiros contabilizou chamados semelhantes na Avenida Paulista, Tatuapé, Mooca, Centro, além de ligações de moradores do Ibirapuera e do Campo Belo (Zona Sul). Defesa Civil e Bombeiros não têm registros de danos provocados pelos tremores, tampouco feridos.
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