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Sábado, 20 de julho de 2024

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Lideranças rurais promovem Abril Verde para contrapor MST

Oitocentos produtores rurais e lideranças do setor de São Paulo e outros estados participaram neste sábado do "Abril Verde". O evento, realizado em Araçatuba, a 540 km de São Paulo, serviu de contraponto ao "Abril Vermelho", onda de invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) programada para ter início neste domingo.


Oficialmente, o encontro serviu de palco para palestras sobre os problemas do campo e embora os produtores tentassem evitar qualquer ligação direta entre os dois eventos, as comparações foram inevitáveis. Sem atacar diretamente os sem-terra, os fazendeiros usaram a estratégia de se colocarem como responsáveis pelo desenvolvimento obtido no campo nas últimas décadas, ao mesmo tempo em que ignoravam os sem-terra, mas quando não conseguiam, elegiam o MST como um movimento político atrasado e apoiado pelo governo federal.

Na tentativa de evitar polêmica, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, principal palestrante do encontro, chegou a dizer que a ação do MST é legítima. "É uma onda (Abril Vermelho) concêntrica que defende uma tese legítima", disse.

"O MST é um movimento legítimo, positivo, mas se torna negativo quando há violência. As ocupações são legítimas, mas deixam de ser quando são feitas com violência", falou o ex-ministro, que, no entanto, não deixou de criticar o governo federal: "Mas não fui convidado para vir aqui falar disso, vim aqui para falar que todos os avanços obtidos pelo Brasil no campo não são explorados por falta de estratégia e de ações integradas do governo federal", completou.

"As invasões são ilegais e o MST é um movimento ilegítimo e político, mas atrasado, que só ganha força porque tem apoio do governo", rebateu o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, discordou de Rodrigues.

"Os produtores de São Paulo aumentaram a produtividade no campo, São Paulo aumentou em 14% contra uma média de 8% dos outros estados. Nós produzimos e o que os sem-terra fazem, a não ser ganhar a terra e depois vendê-la entre eles mesmos?", completou Meirelles.

Organizador do encontro, o presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), Antonio Carlos Ferreira, revelou que, ao saber da realização do evento, o líder do MST José Rainha Júnior, o convidou para uma reunião, na qual prometeu que, durante o Abril Vermelho, nenhuma fazenda será invadida na região de Araçatuba.

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