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Sábado, 20 de julho de 2024

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QUESTÃO FUNDIÁRIA

Stédile denuncia que luta pela terra já fez tem mais de 1600 assassinados

Mais de 1600 pessoas, entre líderes comunitários, integrantes do movimento dos sem terras, padres e até parlamentares, já foram assassinados por causa da luta pelo direito à terra. A revelação foi feita pelo coordenador do MST, Francisco Stédile, que participou hoje de audiência pública da Comissão de Legislação Participativa para debates a criminalização dos movimentos sociais.


“Para responder por estes 1600 assassinatos, só 80 pessoas foram para os tribunais, apenas 16 foram condenados e somente oito estão presos”, disse Stédile ao comemorar a condenação do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, pelo assassinado da missionária norte-americana Dorothy Stang, no Pará, em 2005.

“Um deputado também foi morto nesta guerra. Foi o deputado estadual João Carlos Batista, assassinado no Pará em dezembro de 1888”, completou.

O coordenador do MST não poupou críticas à presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM/TO), que tem denunciado as ações do MST através do Abril Vermelho. “Esta senhora não é qualificada para um debate em torno da reforma agrária. É como pedir para que as raposas cuidem do galinheiro. Aliás, ela não representa nem a moderna agricultura”, afirmou.

Ao contestar as afirmações de Kátia Abreu de que o MST precisa ser criminalizado, Francisco Stédile disse os verdadeiros invasores de terras são os grandes grileiros que invadiram terras públicas, “como no caso das terras dos índios Tupiniquins que foram invadidas pela Aracruz Celulose”, denunciou.

Por fim, Stédile fez um apelo para que Lula assine a portaria interministerial que atualiza os índices de produtividade agrícola, que estão em vigor desde 1975. “A revisão ajudaria o Incra a identificar os bons produtores dos maus produtores. Seria uma oportunidade para os grandes produtores comprovarem o aumento de produtividade que eles tanto se gabam”, ilustrou.
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