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Sábado, 20 de julho de 2024

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Moradores de áreas de risco interditadas

Apesar de já terem recebido documento da Prefeitura do Rio de Janeiro que interdita seus imóveis, muitos moradores de áreas de risco da favela de Acari, na zona norte da capital, ainda não deixaram suas casas. A dona de casa Severina Cabral de Oliveira, de 71 anos, foi nesta sexta-feira (16) à sede da prefeitura no Rio para receber o adiantamento de três meses do benefício de Aluguel Social, no valor de R$ 1.200.


- A prefeitura mandou a gente tirar as nossas coisas. Quer que desocupe logo, embora a casa não vá ser demolida agora. Não arrumei local para alugar ainda. Vim agora no ônibus chorando. É muito problema para uma cabeça só.

Nesta sexta-feira, 80 moradores de Acari receberam parcelas de três meses do benefício, enquanto aguardam a casa definitiva que ganharão da prefeitura. O aposentado Aparecido Gomes faz coro à Severina e diz que só sairá da comunidade quando encontrar uma nova moradia.

- Só depois que pegar o cheque que eu vou começar a procurar. Na minha casa não entra água. Eu disse isso a uma funcionária da prefeitura.

Poliana dos Santos, 23 anos, casada e mãe de dois filhos também não deixou sua residência.

- Minha casa vai ser demolida, mas eu continuo morando nela.

Já Patrícia Augusta da Silva, mãe de quatro filhos, que não tem para onde ir – ela está na casa de um parente – se preocupa com o fato de que na comunidade será difícil de achar um lugar para morar que não esteja sob risco.

- Aqui, a maioria das casas estão em área de risco. Será difícil eu sair do bairro onde moro. Não posso tirar as crianças da escola que fica na região. Se tirar, como vou receber o Bolsa Família?

Palmira Nunes da Silva, amiga de Patrícia, citou outra questão que está preocupando os moradores.

- O preço do aluguel aumentou. Uma kitinet custava R$ 190, agora, sai por R$ 350.

Procurado pelo R7, o subprefeito da zona norte, André Santos, disse que os moradores serão retirados da região mesmo contra a vontade deles.

- A medida que as demolições forem avançando nós vamos retirando as pessoas, nem que seja necessário usar força policial. Tenho autoridade para isso. Espero não chegar a esse ponto.

Desde terça-feira (13), 50 casas foram demolidas na área. Ao todo, 1.000 famílias serão removidas da comunidade. Os moradores, de acordo com a subprefeitura da zona norte do Rio, vão ser reassentados em Campo Grande, zona oeste da cidade.
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