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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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protesto em Cuiabá

Presidente de sindicato lamenta suspensão de piso e não descarta greve: "estamos esperando isso há 30 anos"

Foto: Olhar Direto

Presidente de sindicato lamenta suspensão de piso e não descarta greve:
Para o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT), Arlindo Cesar Ferreira dos Santos, a liminar que suspendeu o piso salarial por 60 dias foi recebida de forma drástica para a categoria. Os profissionais participaram de uma manifestação contra a decisão do ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta sexta-feira (9), na Praça do Porto, em Cuiabá. 


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De acordo com Arlindo, ainda não há determinação de greve, mas a paralização não é descartada pelo sindicato, que aguarda as próximas decisões do STF. O presidente do Sinpen-MT lamentou que, após dois anos na linha de frente dos atendimentos da covid-19, a conquista do piso salarial tenha sido revista. 

"Quem estava na linha de frente éramos nós, 24 horas. Foram várias batalhas, sem vacina, colegas morrendo... Na pandemia tivemos esse reconhecimento pelas autoridades e classe política. Conseguimos o piso, a Federação dos Hospitais protocolou um documento dizendo que não tinham condições de pagar. Isso foi estudado há mais de dois anos, há condição de pagar", explica.

Uma das técnicas em enfermagem que participava do protesto, mas preferiu não se identificar, contou ao Olhar Direto que, caso um profissional da categoria trabalhe em apenas uma unidade de saúde, o salário não deve passar de R$ 1,5 mil. 

Por conta do pagamento insuficiente, muitos acabam assumindo até três trabalhos ao mesmo tempo, resultando em jornadas de 36 horas de plantão. Ela ressalta que dessa forma, até mesmo os reflexos do profissional da enfermagem são prejudicados. 

" Imagina uma pessoa que trabalhou 36 horas, como estão os reflexos dela? Ela já está exausta. A enfermagem está doente, queremos o justo, ter uma vida digna, poder trabalhar apenas em um emprego. Ninguém precisa trabalhar em três, não trabalhamos porque somos avarentos ou queremos mais dinheiro, é necessidade", lamentou. 

Suspensão do piso salarial 

A liminar foi concedida por Barroso no último domingo (4). O piso salarial já havia sido sancionado por Jair Bolsonaro (PL) e aprovado no Congresso Nacional no mês passado. 

Barroso atendeu a um pedido da Confederação Nacional da Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que questionou a nova lei que fixa o Piso Nacional da Enfermagem em R$ 4.750. 

O ministro do STF afirma na decisão que a medida não indica uma fonte de custeio e estabelece um prazo de dois meses para que estados, Governo Federal e Confederação Nacional dos Municípios informem os efeitos da norma para as finanças de estados e municípios, para a manutenção dos empregos, e para a qualidade dos serviços de saúde prestados.
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