Em decisão histórica, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) acaba de autorizar o governo de Mato Grosso a reestruturar parte de sua dívida pública. No primeiro momento, explicou o governador Silval Barbosa, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, apenas o resíduo da dívida, estimado em cerca de R$ 1,3 bilhão, deverá ser renegociado com a participação do Banco do Brasil e de outros bancos privados.

O aval foi dado pelo secretário nacional do Tesouro, Arno Augustin, em reunião  mantida com o governador Silval Barbosa, o senador Blairo Maggi, o secretário de Fazenda, Edmilsom dos Santos, o secretário adjunto chefe da Casa Civil, Vivaldo Lopes, e com o presidente da Agência Executora de Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa), Eder Moraes Dias, ex-titular da pasta fazendária.

"Hoje é um dia histórico para Mato Grosso", declarou o governador ao comemorar a autorização dada pela União. E o contentamento do chefe do executivo estadual é explicável, pois Mato Grosso é o primeiro Estado a conseguir a reestruturação de sua dívida através de um pool de bancos, situação inédita no país.

Segundo Silval Barbosa, apesar de o aval preliminar ter sido dado apenas para a reestrutração do resíduo da dívida, nada impede que, no futuro, o total dos débitos seja reperfilado e renegociado.

Vale resaltar que o projeto de reestruturação da dívida ocorreu em decorrência de um pedido feito pelo ex-governador Blairo Maggi (atualmente senador pelo PR de MT), que foi elaborado pelo então presidente da MT Fomento, Eder Moraes Dias, e pelo então consultor do governo do Estado, Vivaldo Lopes.

Desde então, a proposta ganhou musculatura e foi discutida e alterada cinco vezes em reuniões com técnicos da STN.  Inicialmente, o governo estadual queria renegociar toda a dívida, com reperfilamento do prazo e troca do indexador (do IGP-DI para IPCA), mas foi alterando a proposta elaborada pela dupla Moraes Dias-Lopes diante às resistências da STN. 

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