A Escola Técnica Estadual (Etec) das Artes, no Parque da Juventude, em Santana, Zona Norte de São Paulo, funciona sem elevador, sem ar-condicionado, sem pranchetas em curso de design de interiores e sem espelho para aulas de dança.

Esta reportagem foi realizada a partir da sugestão de um leitor do G1.

A escola foi inaugurada em maio de 2008, mas o edifício funciona sem Habite-se, documento que atesta as condições de segurança. A autorização para funcionar está em dia, segundo a direção.

Sem poder transportar pessoas nos quatro elevadores do prédio, dois estudantes do curso de design de interiores que têm dificuldade de locomoção tiveram que desistir do curso. As aulas são ministradas no quarto andar. Até agora, os elevadores são usados apenas para transportar material.

Os estudantes, professores e funcionários da escola sofrem também com a falta de ventilação do prédio. Até agora o ar-condicionado central não foi instalado. Faz muito calor no verão e muito frio no inverno, de acordo com os alunos.

Os problemas da escola não param por aí. Estudantes de ao menos dois dos seis cursos sofrem com a falta de equipamentos adequados. No curso de design de interiores, que começou neste semestre, alunos desenham em carteiras comuns. Não há pranchetas.

Nas aulas de informática, faltam programas adequados para o curso, como o Autocad. Além disso, uma das disciplinas passou quase todo o semestre sem professor. “Por que criar um curso sem estrutura? A impressão que dá é que só abrem para dizer que existe”, disse a estudante Claudia Parucce Franco, de 19 anos.

De acordo com estudantes, a coordenação do curso conseguiu pranchetas em outras escolas, mas as mesas estão em péssimo estado de conservação. “O que adianta trazerem essas pranchetas se não podemos usá-las?”, questionam.

No curso de dança, o problema é a falta de espelhos nas salas. Os alunos têm de improvisar e fazer as aulas sem o equipamento.

Prefeitura


A diretora da escola, Lucília dos Anjos Felgueiras Guerra, afirmou que tanto o Centro Paula Souza, órgão responsável pelas Etecs, como ela já procuraram a Prefeitura de São Paulo para pedir a liberação do Habite-se. “Pedi ajuda até para o vereador Chalita (Gabriel Chalita, do PSB). A assessoria dele disse que iria tentar nos ajudar”, afirmou.

Segundo Lucília, pranchetas em mau estado que a escola conseguiu serão reformadas e colocadas em uso no próximo semestre. A diretora disse também que pranchetas novas deverão ser entregues antes de agosto, quando mais 60 estudantes começam o curso de design de interiores. Os espelhos serão instalados durante o recesso, de acordo com a diretora.

Segundo a assessoria de comunicação do Centro Paula Souza, o curso de design de interiores da Etec das Artes está em condições de funcionamento. A compra do Autocad já foi providenciada e deve estar disponível no próximo semestre.

De acordo com a assessoria, uma professora de design de interiores pediu afastamento há um mês, mas as aulas da disciplina que ela ministrava estão sendo repostas e uma nova profissional já foi contratada.

O G1 aguarda resposta da Prefeitura de São Paulo e do Centro Paula Souza sobre a liberação do Habite-se do prédio. Segundo a assessoria de imprensa do vereador Chalita, técnicos do gabinete do vereador acompanham o caso.