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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Escolaridade, e não renda, determina adesão à internet no país, diz Ibope

A escolaridade influencia mais na adesão à internet em um município brasileiro do que a renda média da população. De acordo com o estudo Target Group Index, realizado pelo Ibope, em famílias de igual renda, a presença da internet é maior quando uma pessoa tem mais escolaridade.


Entre as famílias com renda mensal de R$ 300 a R$ 600, por exemplo, a adesão à internet é de 10% entre as quais o chefe do domicílio é analfabeto ou tem apenas instrução primária. Já nas casas com essa mesma renda, mas com um membro da família com ensino superior, a penetração da internet chega a 50%.

A pesquisa Target Group Index avaliou o comportamento de consumo de 20 mil pessoas entre 12 e 75 anos. O estudo foi feito de fevereiro de 2011 até o mesmo mês de 2012 em dez regiões metropolitanas do Brasil e cidades com mais de 50 mil habitantes do Sul e Sudeste, que apresentam uma melhor infraestrutura de acesso à internet.

Conforme José Calazans, analista do Ibope, a pesquisa foi aplicada em cidades maiores, pois elas sofrem menos influência da infraestrutura. “Quando a infraestrutura é eficiente, a influência da escolaridade fica mais clara”, explicou.

Para comprovar a influência da escolaridade no acesso à internet no Brasil, o Ibope aplicou esse conhecimento sobre todos os municípios por meio dos dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa concluiu que quanto maior for a renda e a escolaridade da cidade maior será a penetração da web. Segundo Calazans, a cada R$ 50 acrescentados à renda média da população do município, cresce um ponto percentual o índice de adesão à rede.

No entanto, o Ibope encontrou cidades que fogem da média nacional – apesar de renda ou escolaridade baixa, a penetração à internet é maior do que a esperada. Municípios pequenos do Nordeste conseguem ter um acesso à web maior do que seus vizinhos pela população mais escolarizada, conforme a pesquisa. Essas cidades têm como principal característica a presença de uma universidade próxima.

Um exemplo é Lucrécia (RN), distante 290 km de Natal. Pela renda média (R$ 673 por família), a cidade deveria ter 13% de suas casas com internet. Porém o acesso chega a 15% dos domicílios. Segundo dados do Censo 2010, 65% da população de Lucrécia não têm instrução, enquanto 5% já concluíram a faculdade.

Primeiro da família a ter curso superior completo, Wellisson Costa, de 24 anos, acessa a internet todos os dias da casa onde mora em Lucrécia. Filho de trabalhadores rurais, ele comprou seu primeiro computador em 2010 para fazer pesquisas para a faculdade. Wellisson se formou em março de 2012 na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), na unidade de Patu (RN), a 30 minutos de Lucrécia.
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