O projeto Haiyô - formação de magistério para indígenas - realiza o planejamento para a VI etapa. De 22 a 26 de junho, no Hotel Mato Grosso Palace, coordenadores de pólos, professores formadores e auxiliares, representantes de turmas e a equipe de Educação Indígena da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) definem as propostas de trabalho.

De 6 de julho a 8 de agosto os 300 professores indígenas, representando as 31 etnias do Estado, participam da etapa de formação realizada em diferentes regiões de Mato Grosso. Esta semana o foco é planejamento. Sob a orientação da consultora do projeto, professora mestre em Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Andréia Jacobasto, os 60 participantes conhecem os rumos pedagógicos que serão repassados na etapa presencial.

O Haiyô é um projeto de formação de professores indígenas para dar aulas nas aldeias. O aprendizado debate temas diferenciados a cada semestre, num total de dez etapas. A capacitação se dá em dois níveis de aprendizado, o primeiro presencial e em seguida, o intermediário ou não presencial, com acompanhamento dos formadores nas aldeias.

Para o coordenador do Posto Indígena Pavuru, da região do Xingu, e também cursista Pomekenpo Ikpeng, essa formação é fundamental para os povos. “Ela oferece mais conhecimento e ajuda muito o planejamento, a avaliação dos alunos e a metodologia de aula”, diz Ikpeng.

Entre as dificuldades enfrentadas pelos cursistas está o aprendizado em língua portuguesa. “São dois desafios. Aprender o conteúdo e traduzí-lo para o nosso idioma”, destaca o cursista da aldeia Xavante, Ângelo Tsimrihu. A finalização das etapas com a conclusão da formação é aguardada com expectativa pelos cursistas, muitos com intenção de cursar o ensino superior.

A qualificação da educação indígena resultou em demanda pelo curso nas aldeias. Hoje, em algumas, existe um contingente a espera de novas propostas de formação. A gerente da Educação Indígena da Seduc, Letícia Antonia Queiroz, orienta o encaminhamento dessa demanda para a Secretari. Conforme ela, a aldeia Rio Verde, do povo Paresí, solicitou e conseguiu a implantação do curso de Ensino Médio integrado magistério indígena.

Para a Gerência de Educação Indígena, o projeto Haiyô se desenvolve dentro do programado e tem garantido a efetividade das etapas presenciais e intermediárias.