Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Educação

Diversidade faz variação linguística espanhola ser tema de vestibular

Foto: Reprodução / TV Globo

Diversidade faz variação linguística espanhola ser tema de vestibular
Várias culturas e diferentes ocupações explicam o porquê de tantos idiomas serem falados na Espanha, um dos principais países da União Europeia. Por conta da situação de diversidade, a variação linguística espanhola costuma ser tema de provas de vestibular. O Projeto Educação abordou a língua espanhola em reportagem exibida nesta quinta-feira (29).


No jardim do escritor Ariano Suassuna, no Recife, as peças carregam os traços do movimento armorial, criado por ele e que retrata um pouco da arte dos povos que habitaram a Península Ibérica, formada por Portugal e pela Espanha. “Através de um idioma, a gente pode não apenas reviver experiências culturais e literárias, como também entender questões políticas, econômicas e sociais de um país, assim como entender, compreender a diversidade linguística que existe em uma determinada região, em um determinado país. Na Espanha, temos o espanhol, ou castelhano, como língua oficial. Existem ainda outros três idiomas que transitam em algumas regiões, como por exemplo o catalão, na Catalunha; o euskera, no País Basco; e o gallego, da Galícia”, contou a professora de espanhol Flávia Conceição.

Para entender como essa diversidade linguística acontece, é preciso voltar um pouco na história da Península Ibérica. “Toda essa região é uma confluência de vários povos, várias culturas, hábitos, portanto com várias falas. Ela passa a ter uma dimensão ainda mais especial nesse aspecto do sincretismo no século VIII, no ano de 711, quando o mouro Tarik ocupa o sul da Península e expande a cultura moura. Então, essa presença moura vai se misturar com outras presenças, como a celta, romana, fenícia, cartaginesa, dos visigodos, ostrogodos. E é essa dimensão cultural, de fala, costumes, culinária que vai fazer com que a Espanha seja uma país que comporta diversas outras nações”, explicou Lula Couto, professor de história.


Até os séculos XVIII e XVIX, falava-se em “as Espanhas”, e não, “a Espanha”. Isto acontecia devido à grande diversidade que se manifestava também pela fala. “A língua catalã vem se desenvolvendo de forma muito intensa, assim como sua literatura. Entretanto, não é considerado o idioma oficial na Espanha, e sim co-oficial. Por conta disso e de outras questões econômicas e sociais, a Catalunha tem tentado se separar da Espanha, se tornando mais um pais na União Europeia”, destacou Flávia.

Na Zona Sul do Recife, os espanhóis encontraram uma espécie de refúgio, no restaurante de Juan Gattel, um espanhol que adotou Pernambuco como morada. Quando o assunto são os idiomas falados, hoje, na Espanha, Juan, que é da Catalunha, diz que o nacionalismo interfere diretamente nas línguas em seu país. “Quando falamos de nacionalismo catalão, falamos daquele sentimento forte para manter costumes, leis, idiomas, culturas e para ter uma independência econômica, política, que permita tornar um país com recursos próprios, aplicados aos próprios habitantes”, falou Juan. “O nacionalismo na Catalunha aparece como instrumento, caminho para manter raízes vivas de literatura, traços linguísticos e culturais”, finalizou a professora Flávia.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet