Do total de 1,5 milhão de ingressantes nas faculdades privadas no ano passado, ao menos 35,2% (531,7 mil) fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ter acesso ao ensino superior. São estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos (Prouni), ou Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que exigem o exame como pré-requisito para adesão. Já nas públicas, de acordo com os dados repassados ao MEC, o número chegou a pouco mais da metade. Do total de 277.501 ingressos, 143.265 (51,6%) usaram o exame. Nas estaduais, a presença do Enem é bem menor: apenas 4,9% dos ingressos consideraram a nota. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Para o governo, o dado reforça o caráter de "vestibular nacional" do Enem. O esforço do MEC para universalizar a prova teve início em 2009 quando o exame foi alterado e a pasta sugeriu às universidades federais a substituição do vestibular tradicional pelo Enem. O objetivo era facilitar o acesso de alunos da rede pública ao ensino superior - ao fazer uma única prova, eles poderiam concorrer a vagas de diversas instituições. "Os percentuais [de adesão ao Enem] estão evoluindo numa velocidade muito rápida", disse à Folha o ministro Aloizio Mercadante. Hoje, todas as universidades federais consideram a nota na prova em sua seleção.

Presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Solón Caldas acredita que um "percentual grande" das privadas já utiliza o Enem em seu processo seletivo. Ele pondera, no entanto, que exigir a prova para o acesso aos programas contribui para aumentar seu peso. O levantamento não aponta o total de candidatos, inclusive os pagantes, que ingressaram nas privadas por meio do Enem, apenas os beneficiários de programas.