Histórias que levaram ao abandono dos estudos seguem, mais ou menos, o mesmo roteiro: questões familiares, trabalho, falta de oportunidade.

A maior parte é de jovens. Mas tem uma turma, como a dona Gildélia, que faz o Enem para tentar retomar os estudos e mudar de vida.

Alex tem 32 anos. É casado com Daniela. Pai de Lucas. Trabalha como segurança em um hospital. Abriu mão de um segundo emprego para voltar à escola. E já está com figurino de estudante.

“Ele já tirou nota 10”, diz o filho de Alex.

Alex está concluindo o ensino médio em uma escola pública para ensino de jovens e adultos, onde muitos alunos têm compromisso nesse fim de semana.

Em uma turma, as histórias que levaram ao abandono dos estudos no passado seguem sempre, mais ou menos, o mesmo roteiro: questões familiares, trabalho, falta de oportunidade. Quanto ao futuro, cada um com seu projeto.

“Eu quero fazer o Enem porque eu não ganho bem. Eu quero ganhar uma bolsa para fazer uma faculdade de matemática”, conta Maria das Graças Menezes, encarregada de limpeza.

“Desde criança eu queria ser psicóloga e agora eu vou poder realizar”, diz uma mulher.

“Eu queria na minha área mesmo, de enfermagem”, revela outra mulher.

“Artes, porque eu já trabalho com costura então já faz parte da moda”, explica uma mulher.

“Eu já sou radialista e queria fazer na área de jornalismo”, destaca um homem.

Claudinéia está ansiosa. Não cabe em si. Telefonista que quer virar advogada.

“Estou muito feliz, eu pensei que não chegaria a isso. Eu fiquei 25 anos sem estudar, eu pensei que não conseguiria mais e eu consegui terminar”, ressalta Claudinéia Martins, telefonista.

Maurício também vai estudar Direito. “Terminei o ensino médio aqui mesmo e sempre tive esse sonho depois que perdi a visão de lutar na causa das pessoas com deficiência”, afirma Maurício Ribeiro, auxiliar administrativo.

Ele ganhou aplausos.

Já o Alex quer continuar no hospital, mas como radiologista. Está confiante.

“Tem que despertar para a vida e partir para dentro. Para dentro do Enem”, diz Alex.