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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Educação

Obama premia professora de alunos refugiados e pede melhores salários

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, entregou nesta quarta-feira (29) um troféu em formato de maçã de vidro para Shanna Peeples, de 50 anos, eleita a "professora do ano de 2015". Obama destacou o trabalho da professora de inglês, que dá aula para alunos refugiados em situação de pobreza e traumas relacionados com a imigração. "Ela transformou a sala de aula em um refúgio seguro", destacou Obama.


Em seu discurso, Obama disse que o país precisa de mais professores como Peeples. "Eles merecem o nosso apoio e nosso apreço e eles também provavelmente merecem salários mais altos", disse o presidente.

Shanna Peeples é professora do ensino médio da Palo Duro High School, no Texas, onde 85% dos alunos estão abaixo da linha de pobreza e muitos são refugiados. Ela diz que "fez de tudo" para evitar a carreira de professor. Trabalhou como DJ, foi enfermeira, cuidadora de cães e até repórter de um jornal (cobria a área de educação).

"Eu sabia que no fundo eu iria amar a profissão e ela iria me consumir muito", disse Shanna em entrevista à rede CBS. "Ser professor é maravilhoso para quem ama crianças e ama tirar o maior potencial de cada aluno. Foi a profissão que me escolheu."

Em seu discurso como finalista do concurso, Peeples citou um poema do brasileiro Rubem Alves. "Os alunos me deram poesia como uma luz, como a definição da esperança, como nas palavras de Rubem Alves: 'A esperança é a convicção de que a perturbadora brutalidade dos fatos que a oprimem e reprimem não há de ter a última palavra (...) que as fronteiras do possível não ficam determinadas pelos limites do atual'."

A professora trabalha há 12 anos no colégio de Amarillo, e destaca o trabalho com os alunos refugiados de países em guerra. "Meus alunos, sobreviventes de um trauma profundo,  moldaram o tipo de professora que eu sou. Eles me ensinaram a nunca fazer uma promessa que não possa ser cumprida, porque muitos já aprenderam a ver o mundo com olhos desconfiados. Para ser a melhor professora para eles, eu tenho que lembrar isso e honrar o passado dessas crianças", afirma.

Peeples disse ainda que ser professora ajudou a superar próprios traumas de sua vida pessoal, como a convivência com o alcoolismo e a violência doméstica em casa. "Então. em certo sentido, eu vendo esperança para meus alunos. Eu quero que eles saibam que a escrita pode ajudá-los a esquecer."

"E eu quero que eles saibam que não estão sozinhos, e que tantos outros têm enfrentado problemas semelhantes. Para mim, a história é sobre como podemos ser nossos próprios heróis. Os livros nos ajudam a fazer as pazes com o nosso passado, enquanto mostrando-nos a promessa de uma multidão de futuros."

O prêmio Professor do Ano reúne professores que se destacaram em várias áreas da educação norte-americana. Quatro deles são indicados para a fase final, quando uma comissão define o vencedor. Além de Peeples, foram para a fase final as professoras Ann Marie Corgill, do Alabama, Catherine Caine, do Havaí, e Kathy Nimmer, de Indiana. Em 2013, o professor brasileiro Alexandre Lopes, que nasceu em Petrópolis (RJ) e emigrou para os Estados Unidos em 1995, foi um dos quatro finalistas.
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