Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Educação

Atividades de grupo e oficinas no tratamento da saúde mental são tema de dissertação

´´Grupos e oficinas desenvolvidos em serviços de saúde mental: um estudo bibliográfico`` é o título da dissertação que será defendida nesta sexta-feira (26) pela mestranda Lorena Araújo Ribeiro. O trabalho foi desenvolvido no curso de Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sob a orientação da professora Alice Guimarães Bottaro de Oliveira, da Faculdade de Enfermagem (Faen). A defesa será às 14h, na sala 10 do CCBSS III (Faen). Compõem a banca, além da orientadora, as professoras Rosiane Boamorte Ribeiro de Castro, da UNICSUL, e Annelita Almeida Oliveira Reiners, também da Faen.


Trata-se de um trabalho exploratório-descritivo, de natureza bibliográfica, em que a aluna levantou informações em teses, dissertações e artigos sobre o assunto produzidos entre janeiro de 2000 e dezembro de 2008, encontradas nas bases de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Lilacs) e da Base de Dados em Enfermagem (BDENF). A autora conclui que ´´as atividades grupais são importantes meios de cuidado de pessoas em sofrimento mental, mas a construção da atenção psicossocial requer crítica constante sobre o desenvolvimento dessas práticas nos serviços de saúde mental``.

Leia o resumo na intera:

``Após a década de 70 as políticas de saúde passaram a privilegiar o atendimento dos usuários por meio de atividades grupais denominadas oficinas e grupos e, nos serviços de saúde mental, estas se constituem importante modalidade terapêutica atualmente. Considerando a relevância dessas tecnologias para a atenção psicossocial e trabalho dos enfermeiros, analisamos nas produções, as principais contribuições teóricas produzidas sobre grupos e oficinas desenvolvidas em serviços de saúde mental e a participação do enfermeiro nessas atividades. Estudo exploratório-descritivo de natureza bibliográfica, constituído por teses, dissertações e artigos produzidos entre janeiro de 2000 e dezembro de 2008 indexados nas bases de dados eletrônicas Banco de Teses da Capes, LILACS e BDENF. Obtivemos um total de treze produções, sendo dez captados nas bases eletrônicas e três do acervo da autora. A caracterização dos textos evidenciou que oito trabalhos eram publicações acadêmicas (teses e dissertações) e cinco artigos; a produção, em sua totalidade nacional, manteve-se constante entre os anos de 2000 e 2008, com exceção de 2002, onde não houve nenhuma publicação. As atividades denominadas ´´grupo`` estiveram presentes em seis das produções e, ´´oficina`` em sete; do total de treze produções, seis não apresentavam definição teórica para o termo grupo e apenas um fundamentava-se em um referencial teórico grupal. A enfermagem publicou o maior número de trabalhos, entretanto, apenas dois abordavam aspectos como a inserção, dificuldades e potencialidades do enfermeiro na coordenação de grupos em saúde mental; a maioria detinha-se na descrição das atividades, potencialidades e benefícios desta tecnologia para os usuários e para a assistência. A análise do conteúdo das produções resultou em duas categorias: Concepção Teórica que identificou produções que definiam os grupos como entidades complexas e históricas sugerindo uma compreensão contextualizada dos sujeitos e dos grupos, entretanto, em outras a definição não era clara, impossibilitando a identificação do conceito, ou se limitavam a descrição do setting, que embora importante é insuficiente para qualificar grupo. Quanto à finalidade, foram abordados como tecnologias incorporadas ao processo de trabalho com o intuito de possibilitar aos sujeitos o desenvolvimento da autonomia, convivência, geração de renda, expressão artística e cultural e transformação social. No entanto, alguns estudos mostraram-se contraditórios, ao objetivar também a ´´cura`` ou ´´remoção dos sintomas``, ´´preenchimento do tempo ocioso``, ´´distração`` e a realização mecânica de atividades. Participação, dificuldades e potencialidades dos enfermeiros no desenvolvimento dos grupos demonstrou que o enfermeiro possui elevado potencial para a coordenação de grupo, entretanto, necessita de fundamentação teórica; as limitações na coordenação de grupos relacionam-se à formação centrada nas práticas clínico-individuais, à exigência de produtividade quantitativa de procedimentos, e à acumulação de atividades burocráticas e curativas a despeito daquelas fundamentadas no relacionamento interpessoal com os clientes. Concluímos que os enfermeiros se destacam na produção bibliográfica sobre grupos, porém refletem pouco sobre sua prática como coordenadores de grupos. As atividades grupais são importantes meios de cuidado de pessoas em sofrimento mental, mas a construção da atenção psicossocial requer crítica constante sobre o desenvolvimento dessas práticas nos serviços de saúde mental.``
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet