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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Blatter recua em fala sobre "compra" da Copa do Mundo de 2006

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, tentou se retratar nesta terça-feira de declarações dele sugerindo que a Alemanha "comprou" o direito de sediar a Copa do Mundo de 2006.


O suíço, de 76 anos, escreveu uma carta ao jornal Bild explicando que, numa entrevista publicada no domingo por outro jornal, tentou dizer que todas as escolhas das sedes das Copas acabam cercadas por suspeitas.

Muitos alemães ficaram indignados com Blatter por causa de comentários feitos ao jornal suíço Sonntagsblick, quando ele lembrou que a Alemanha só recebeu a Copa de 2006, desbancando a favorita África do Sul, porque o representante da Oceania no comitê executivo da Fifa, Charles Dempsey, se absteve de votar.

"Copas do Mundo sendo compradas? Aí me lembram da votação para a Copa do Mundo de 2006, em que alguém saiu da sala no último minuto. Aí de repente, em vez de 10 x 10, a votação ficou em 10 x 9 a favor da Alemanha", disse Blatter, embora o placar final tenha sido 12 x 11.

"Ainda bem que não precisei dar o voto de minerva. Mas, bom, de repente alguém se levantou e saiu. Talvez nesse caso eu também tenha sido bem intencionado e ingênuo demais", disse Blatter na entrevista.

Depois, ele afirmou: "Não, não suspeito (de manipulação na votação). Estou fazendo uma observação."

Na carta de terça-feira ao Bild, Blatter disse que pretendia contextualizar seus comentários. "Eu quis dizer que sempre se pode encontrar um pretexto para duvidar da legalidade de uma decisão... para criar uma teoria conspiratória. Mesmo em relação à Alemanha, que fez uma Copa do Mundo perfeita, um conto de fadas do qual todo o país pode se orgulhar."

Blatter acrescentou: "Não acredito em teorias conspiratórias, só em fatos. Enquanto não houver evidências concretas disponíveis, é preciso se ater à legalidade do voto. Isso se aplica tanto à Alemanha quanto a outros países. Esse é o núcleo da minha mensagem."

Por causa da polêmica, alguns parlamentares alemães chegaram a propor a cassação da comenda Cruz do Mérito Federal que foi entregue a Blatter em 2006 por serviços prestados ao país.

A Fifa enfrenta atualmente vários escândalos de corrupção, inclusive com suspeitas recaindo sobre os processos de escolha das sedes das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar).

"Joseph Blatter representa a corrupção endêmica na Fifa..., portanto esta condecoração deveria ser retirada", disse o eurodeputado alemão Reinhard Buetikofer, do Partido Verde, ao jornal Die Welt.

"Se Blatter continuar não querendo uma investigação real sobre subornos, acho que deveríamos retirar a comenda", afirmou Thomas Oppermann, líder da bancada social-democrata, ao mesmo jornal.
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