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Segunda-feira, 09 de setembro de 2024

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Jogo eletrizante dá vitória ao Coritiba e vaga na final da Copa do Brasil ao Inter

A festa de 100 anos de vida do Inter ganhou nesta quarta-feira a confirmação da presença de uma convidada ilustre: a grande decisão da Copa do Brasil. O time colorado se defendeu como quem luta pela vida para segurar a pressão do Coritiba no Couto Pereira e garantir, mesmo com o gosto amargo de uma derrota por 1 a 0, presença na final, contra o Corinthians. O Coxa, também centenário, terá que soprar as velinhas com a dor de quem fracassou no Estadual, morreu na praia na Copa do Brasil e não tem as perspectivas mais animadoras do Brasileirão. Mas com um justo orgulho: a grandeza de jamais ter desistido contra o Inter – nem time, nem torcida.


O Coritiba foi gigante para bater um oponente fortíssimo e quase ir à final. Os gritos de “eu acredito” da torcida foram seguidos ao pé da letra pelo time. O gol saiu tarde, só aos 29 minutos do segundo tempo, após forte pressão. A luta incansável foi o consolo para um time tão brioso. O Inter avançou porque venceu o jogo de ida, no Beira-Rio, por 3 a 1. No resultado agregado, deu 3 a 2 para os gaúchos.

Antes de pensar na decisão da Copa do Brasil, o Inter precisa seguir a campanha impecável no Campeonato Brasileiro. No domingo, o time de Tite visita o Cruzeiro no Mineirão. O Coritiba, lanterna da disputa, joga um dia antes, diante do Corinthians, em São Paulo.

Encaixotado, Inter segura a onda do Coxa

Guiñazu aperta a marcação no meio-campo Foi um daqueles jogos que deixam o sujeito cansado só de olhar, tamanha a correria. Talvez pelo frio inferior a 5ºC na hora da partida, os atletas voaram em campo. A diferença é que o Coritiba, ao contrário do Inter, correu na direção do gol. A torcida, inflamada desde antes de a bola rolar, foi junto e fez bonita festa no Couto Pereira, enfeitado também pela presença de mais de três mil colorados.

O time paranaense encaixotou o adversário no campo de defesa e martelou, martelou, martelou sem parar em busca da rede de Lauro. O Coxa só não previa encontrar uma zaga feita de chumbo, resistente a marteladas, no primeiro tempo. Álvaro cortou quase todas. Quando não conseguiu, o goleiro vermelho voltou a fazer a diferença.

Tudo no Coritiba passou por Marcelinho Paraíba, que caiu pelo lado direito de ataque para explorar as costas de Marcelo Cordeiro. Márcio Gabriel também pintou o tempo todo por ali, como se fosse um ponteiro. Eles incomodaram a defesa gaúcha, criaram alternativas de ataque, mas, no frigir dos ovos, não produziram muitas chances claras de gol – em parte, por culpa do grandalhão Ariel, que ficou trombando com a zaga e esqueceu de jogar.

Se tudo passou por Marcelinho no Coxa, nada saiu de D’Alessandro no Colorado na etapa inicial. E não foi por falta de insistência. Na saída para o ataque, volantes, laterais e apoiadores sempre procuraram o talento do argentino, mas ele errou um lance atrás do outro. Como consequência, o ataque ficou órfão de possibilidades, até porque Alecsandro esteve sumido. Foi por isso que o Inter esteve mais longe do gol do que o Coritiba.

O time alviverde, excetuados os cruzamentos desperdiçados, teve apenas uma chance viva de gol, daquelas que fazem o torcedor cavar um buraco na arquibancada para pular dentro. E aí parou em Lauro. Carlinhos Paraíba caiu pelo meio e rolou para Marcelinho, que devolveu na medida certa para um chute perigoso, certeiro, no cantinho direito do goleiro colorado, que caiu bem para espalmar (assista ao vídeo ao lado). De resto, só bolas alçadas na área e chutes sem grande ameaça. E o mesmo vale para o Inter. Taison, com quatro minutos, mandou um raro chute a gol. Vanderlei defendeu.

Na saída para o vestiário, ao fim do primeiro tempo, o técnico René Simões disse que a arbitragem estava favorecendo o Inter e acusou o colega Tite de condicionar as decisões do árbitro com declarações dadas durante a semana. A torcida paranaense ficou na bronca com o juiz durante todo o período, mas especialmente quando ele mandou o jogo seguir em lance em que Ariel desabou na área após contato com Índio.

Mais pressão alviverde

D'Alessandro se livra do meia Pedro Ken Os 15 minutos de descanso, a conversa com Tite, a água bebida no vestiário do Couto Pereira, nada disso fez o Inter voltar mais agressivo no segundo tempo. A pressão alviverde seguiu perto do insustentável. A prova foi o tempo decorrido até a primeira chance: 35 segundos. Márcio Gabriel fez o que quis com a zaga colorada colorada e só não fez o gol porque Lauro cresceu feito um gigante na frente dele para abafar. A bola foi a escanteio. Na cobrança, Felipe quase fez de cabeça.

Se escanteio valesse gol, o Coritiba teria goleado. Se erro de cruzamento valesse gol para o adversário, a goleada seria do Inter. O problema do Coxa foi desperdiçar a pressão que fez. Faltou qualidade técnica.

Aos poucos, o desespero começou a bater no time da casa, que deixou crateras em sua zaga para Taison, sempre ágil, deitar e rolar. Também faltou ao Inter o melhor encaixe para fazer o gol. Aos 13 minutos, Guiñazu e D’Alessandro tramaram jogada que viraria um gol antológico de Alecsandro, em um misto de voleio e bicicleta, tivesse acertado o alvo. Quase.

O Coritiba jamais desistiu. Em cada segundo, em cada bola, insistiu com a grandeza que exigem seus 100 anos. E foi premiado aos 29 minutos. Marcelinho Paraíba serviu Ariel, que girou para o gol e fez o Couto Pereira explodir em euforia. Havia uma esperança para o time que não pensou em jogar o pano em momento algum. A insistência durou até o fim, irrefreável. Mas não teve jeito. O Inter conseguiu, na base do sofrimento, ficar com uma vaga que o Coritiba também merecia.
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